
Maio de 1968 Maio de 2018 I 50 Anos de Revivalismo

Lenço Gianni Versace
A autora deste texto era, em 1968, uma rapariga que assistiu à loucura do Maio desse ano e que, acompanhada do seu marido, viu muitos jovens a praticar actos sexuais menos próprios nas relvas dos Campos Elíseos, embora as principais marcas que ficaram dos protestos de estudantes e de alguns operários, tenham sido os “slogans” escritos nos muros e os cartazes espalhados por Paris, num tempo em que a minha máquina era uma Canon Demi, de pouco alcance. Os principais pontos das manifestações foram as Faculdades da Sorbonne e de Belas Artes nas vizinhanças do Teatro Odeon, mas também não faltavam contestatários nos Boulevards Saint Michel e Saint Germain.
Fomos a Paris por poucos dias. Comprei um vestido em plástico branco opaco ao Paco Rabanne, um conjunto de blusa, shorts e botas ao Courrèges e um vestido com motivos geométricos ao Cardin. Ah e ainda uma mala cor de laranja ao meu querido Courrèges, criador com o qual anos mais tarde tive um amigável relacionamento.
Graças ao meu espírito, desde sempre alegre e divertido, ri a sério com as frases, por exemplo, “os sindicatos são uns bordéis”. A mais marcante e a que celebrizou o Maio de 68 é: “A imaginação ao poder”. Mas, os disparates eram aos milhares, embora só sejam conhecidos como muito bons, apenas cerca de 50, entre os quais destacamos: “O álcool mata. Tomem LSD”; “Abaixo o realismo socialista. Viva o consumismo”; “A Humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista”. Mas, como ainda era muito jovem, estes disparates divertiram-me, embora o meu marido, mais sisudo, achasse tudo aquilo, uma falta de senso.
A França deve preparar-se para festejar esta fantasia toda, já que ainda em Janeiro começou a fazer programas (culturais?) na Fundação Gulbenkian sobre esta época, pior que os Anos 20 em Paris, além de que teve muito menor duração. Mas, deixou sequelas…
Preto&Branco I "Tailleurs"
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![]() Jean Paul Gaultier |
A França deve preparar-se para festejar esta fantasia toda, já que ainda em Janeiro começou a fazer programas (culturais?) na Fundação Gulbenkian sobre esta época, pior que os Anos 20 em Paris, além de que teve muito menor duração. Mas, deixou sequelas…
Preto&Branco I Vestidos Curtos
![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Proenza Schouler |
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![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Jean Paul Gaultier |
![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Giambattista Valli |
![]() Schiaparelli | ![]() Jean Paul Gaultier |
Reflexos dos Anos 60 na Moda do Vestuário
Preto branco – Um binómio repetidamente em moda
Dentro das várias tendências para a Primavera/Verão 2018, todas as combinações são possíveis. O preto e branco além de ser um binómio muito procurado pelos estilistas e costureiros, é aceite por grande número de mulheres misteriosas e emotivas. Será o fascínio do contraste a fervilhar de juventude e alegria? Falamos de uma proposta que expressa ideias como o branco-neve e o negro-noite (sem luar), o sentido do claro/escuro com um lado cor-de-leite e o outro cor-de-alcatrão.
A união entre o preto e o branco traz de volta os padrões “Pop Art” que apelam às obras Anos 60 de Jim Dino e de Andy Warhol, entre outros artistas que também passaram à posteridade.
Os Anos 60, recordemos, foram uma década que abalou estruturas, abriu novas correntes de pensamento e até conquistou a Lua (1969). Foi uma aventura que representou o triunfo da matemática e dos computadores abrindo caminho a outros avanços tecnológicos como este de estar a escrever num modesto teclado, dispensando o trabalho das gráficas e os tempos de execução, para que os meus leitores possam ler-me, a cada instante, com a maior rapidez e naturalidade.
Quanto à Moda dos Anos 60, que se revive aqui a preto e branco, ela indica que a “pop art” dá múltiplas provas de que a sua estratégia continua vencedora, recordando-nos Kandinsky ou Vantongerloo. Afinal, a contemporaneidade baseia-se nos valores positivos do passado.
Marionela Gusmão
Preto&Branco I Vestidos Longos
![]() Zuhair Murad | ![]() Ronald Van Der Kemp | ![]() Jean Paul Gaultier |
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![]() | ![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Jean Paul Gaultier |
![]() Jean Paul Gaultier | ![]() Givenchy | ![]() Dior |
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