

Tesouros Principescos I Riquezas da Corte de Navarra no Séc. XVI


Chroniques de Burgos França, cerca de 1400 – 1405 1 vol. 306 f., rel. Século XV. Madeira forrada de veludo azul. Alt. 41,5; Lar. 31,8 cm. Besançon, Biblioteca Municipal © Bibliothèque municipale de Besançon. Ms.1150/ Foto: CNRS-IRHT

Pierre Courteys (activo entre 1544 e 1568. Faleceu antes de 1581.) Crucificação Esmalte polícromo, retoques de ouro, contra-esmalte translucido. Limoges – 1551 Alt. 23 cm. Lar. 18 cm. Musée des beaux-arts de Limoges. Palais de l´Evêché. © Musée des Beaux-Arts de Limoges

Aquamanil em cristal de rocha, com as armas de Maria de Luxemburgo Paris, XIV – XV (pedra) – XV a XVII montagem Cristal de rocha, prata dourada, granadas e pérolas. Alt. 29; Lar. 12,5 cm Paris, Museu do Louvre, departamento dos Objectos de arte /direitos reservados

Cristo agarrado por um anjo. França -finais do séc. XIV Camafeu em sardónica montado sobre ouro esmaltado. (Paris, meados do séc. XVII) Alt. 7 cm, Lar. 7,5 cm. Florença, Palazzo Pitti. Tesoro dei Graducchi. © Gabinete fotográfico da Geleria dos Ofícios.

Taça baixa oval Atribuída a Bénedict Ramel (activo entre 1538-1557 em Paris e em Navarra/Pau) Pedra verde com incrustações de ouro e prata. Inscrições no reverso: a letra H em ouro (Henri)/ e “pireneis flvminibvs politv (m) Altura 6,1 cm. Larg. 14,5 cm. Diâmetro. 13,5 cm Copenhague. La collection royale, Château de Rosenborg © The Royal Danish Collection, Rosenborg Castle. Foto Kit Weis

Colher com cabo em forma de sátiro França, 2º. Terço do séc. XVI Metal dourado, rubis, ágata. Altura 14 cm. Écouen, musée national de la Renaissance © Rmn-Grand Palais (Musée de la Renaissance, château d’ Ecouen/ / Stéphanie Maréchalle

Bénédict Ramel (activo entre 1538-1557 em Paris e em Navarre/Pau Vaso em “caillou du gave” Mármore com brechas incrustas de ouro e de prata. Montagem em prata parcialmente dourada. Alt. 20,8 cm. Diâmetro, 14,5 cm. Paris, musée du Louvre, Departamento de Objectos de ate. © Rmn-Grand Palais /museu do Louvre) /Stéphane Maréchalle

Pendentif representando Julie em Ceres Fragmento de um camafeu em sardónica de três camadas; parte em falta em esmalte, montagem em anel de ouro. Camafeu entre 12 e 2 anos antes de Cristo, montagem dos meados do séc. XVI Alt. 5,4; Lar. 4,4, cm. Espessura O,6 cm. Paris, Biblioteca nacional de França. Departamento das Moedas, Medalhas e Antiguidades. © Bibliothèque nationale de Paris, France.

Léonard Limosin (Limoges 1505-1575) Retrato de Jeanne d’ Albret Esmalte pintado sobre cobre, retoques de ouro, montagem em prata. Alt. 14,4; Lar. 9,8 cm. Paris, musée du Petit-Palais © Petit Palais/ Roger-Viollet
O Museu Nacional de Pau tem neste momento no seu museu nacional e recinto do Château, a exposição dos Tesouros Principescos – Riquezas da corte de Navarra no século XVI, local onde se podem admirar as riquezas artísticas que a casa de Albrecht herdou da casa de Foix com a coroa real de Navarra (1484), desprovida no entanto, da quase totalidade do dito reino ibérico. Com efeito, em 1464, Gaston IV de Foix-Béarn estabeleceu em Pau os seus aposentos reais. Encarregados da última das principais heranças da Idade Média, os mestres do lugar enriqueceram este conjunto que, no séc. XVI, se conservava nos castelos de Paul e de Nérac, suas principais residências, motivando sucessivos inventários. O inventário de 1561-1562, que conta mais de 1.300 referencias, demonstra que as colecções do Rei de Navarra rivalizavam em esplendor com as do rei de França.
Grandes amantes da ourivesaria, das jóias e dos livros, Henri d´Albret (1503-1555) e Marguerite d´Angoulême (1492-1549), filha do rei Franscisco I, transmitem a sua filha Jeane d´Albret (1528-1572) um património precioso, do qual esta disfruta com o seu marido, Antoine de Bourbon (1518-1562). Seus filhos Henrique IV (1553-1610) e Catherine de Bourbon (1559-1604), estão na origem da migração de numerosas peças deste tesouro para as colecções reais francesas, e para outras várias grandes colecções europeias, nos princípios do séc. XVII. A trasladação do Gabinete de Curiosidades dos reis de Navarra para Fontainebleau, em 1602, para preencher o dos Vallois, desaparecido durante as guerras da Religião, foi uma entrada decisiva para a conservação de este conjunto “in situ”.
O objectivo desta exposição não é a recuperação impossível de um património artístico, mas a apresentação de belos objectos relacionados com o mesmo: por exemplo, um jarrão “em pedra de Gave” do Museu do Louvre, a colher de ágata com o cabo em forma de sátiro do Museu Nacional do Renascimento /château de Écouen), o camafeu que representa Cristo agarrado por um anjo do Tesoro dei Granduchi de Florença o aquamanil de cristal de rocha do Museu do Louvre, apresentados pela primeira vez em Pau desde o séc. XVI.
As peças extraviadas do Gabinete dos reis de Navarra serão evocadas por obra da qualidade e importância muito similares presentes noutras colecções principescas (Lorraine, Grã-Ducado da Toscana…) inscrevem-se no mesmo contexto intelectual, artístico e político, rivalizando frequentemente com as grandes colecções reais.
Esta exposição, aberta ao público para celebrar os melhores dias da Primavera, está presente na continuidade da recente finalização das obras de restauro do pátio de honra do château de Pau, também acompanhará a abertura das novas realizações que se realizarão nos jardins e que se inspiram na época renascentista, espaço ideal para os dias quentes do Verão 2017.
Trata-se, pois, de um autêntico projecto palaciano que põe o acento tónico numa fase importante da restauração deste monumento francês.
As obras estão expostas nas grandes salas do rés-do-chão (sala dos Cent Couverts, sala dos Oficiais de serviço e antigas cozinhas) que estão ligadas às recordações históricas do monumento no período do Renascimento.
Os amantes do período renascentista bem podem descobrir como se deslocar até à Exposição onde cada peça é uma obra de arte a suspender a respiração. Automóvel? Combóio? Avião? Autocarro?
Pela nossa parte, escolheríamos a viagem de automóvel. É mais prática e, a dividir por quatro passageiros, que podem alternar na condução, é mais divertido.
De Combóio:
Lisboa/Hendaye pela CP – Sud Expresso a partir de Santa Apolónia
Hendaye/Paul – Combóio intercidades SNCF
De Avião
TAP – Lisboa/Madrid
Em Madrid, viajar de autocarro ou de combóio.
NOTÍCIAS DE PAU
Pau, está situada a 100 Km do mar (Oceano Atlântico) e 50 Km da montanha (Pirinéus).
Dista a 30 Km de Lourdes, a 110 Km de Biarritz - a praia que recebeu um grande impulso enquanto Eugénio de Guzmán y Montijo foi Imperatriz dos Franceses. De Pau a Toulouse e Bordeaux, são 110 Km.
A cidade é atravessada pela Gave de Pau, uma torrente de água procedente dos Pirinéus. Tem um inverno ameno e um verão muito prolongado.
A exposição é a cereja no bolo desta possível viagem.
Marionela Gusmão