

Tesouros dos Imperadores I Arte Chinesa do National Palace Museum, Taipé
![]() Os Retratos do Imperador Xuande e da Imperatriz Zhang. Dinastia Ming (1368-1644). Folha de Album; Papel pintado a tinta policromada. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. | ![]() Retrato da mulher de Kublai Khan, Imperatriz Chabi Dinastia Yuan (1279-1368) Folha de Album; Papel pintado a tinta policromada. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. | ![]() Jarra com Dragão Voador Dinastia Ming, reinado d do Imperador Yongle (1403-1424) Porcelana com decoração azul cobalto (Jingdezhen) Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. |
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![]() Jarra Vidrada Dinastia Qing, reinado do Imperador Yongzheng (1723-1735) Cerâmica vermelha vidrada, louça Jun (Yun) da Dinastia Song (Jingdezhen) Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. | ![]() Jarro Champlevé com Decoração de uma Paisagem com Figuras Europeias. Dinastia Qing, reinado do Imperador Qianlong (1736-1795) Ouro com incrustações de esmalte Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. | ![]() Celebrando o Ano Novo. Jin Tingbiao (Chinês, active, cerca 1757-1767) Dinastia Qing, reinado do Imperador Qianlong (1736-1795) Rolo em seda, pintado a tinta policromada Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. |
![]() Taça em Ouro Usada Especialmente pelo Imperador Qianlong. Dinastia Qing, reinado do Imperador Qianlong (1736-1795). Ouro. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Museum of Fine Arts, Houston. | ![]() Adereço do Cabelo para uma Senhora da Corte (Dianzi). Dinastia Qing (1644–1911). Jade, turmalina, pérolas pequenas, lápis-lazúli e têxteis. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Recipiente Ritual com pegas em forma de fênix, realizado nos Ateliers Imperiais. Dinastia Qing, reinado do Imperador Yongzheng (1723–1735). Liga de cobre com incrustações esmalte cloisonné. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. |
![]() Sino Ritual ( Yize zhong), (cerca 1105). Dinastia Song dynasty (960–1127), reinado do Imperador Huizong (1100–1125). Bronze. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Frasco com Figuras do Oeste Asiático. Jingdezhen, Província Jiangxi. Dinastia Ming, reinaido do Imperador Yongle (1403–1424). Porcelana com decoração a cobalto. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Falcão Branco, por Lang Shining (Giuseppe Castiglione, Italiano, 1688–1766). Dinastia Qing, reinado do Imperador Qianlong (1736–1795). Rolo em seda, pintado a tinta policromada. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. |
![]() Retrato da Imperatriz Wu. Dinastia Song (1127–1279). Folha de Album; Papel pintado a tinta policromada. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Placa de Cinto em Jade com Desenhos de Dragões, (cerca 1300-1400). Dinastia Yuan (1206–1368) ou Dinastia Ming (1368–1644). Nefrite, com suporte de madeira. Suporte realizado na Dinastia Qing (1644–1911). Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Ornamento de Cabelo em Forma de Símbolos Auspiciosos, Dinastia Qing (1644–1911), reinado do Imperador of Emperor Jiaqing (1796–1820). Prata dourada, filigrana de ouro, coral, pérolas e outras pedras semi-preciosas. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. |
![]() Recipiente com a Forma de um Animal Mítico (xizun), Realizado pelos Ateliers Imperiais, Beijing. Dinastia Qing, reinado do Imperador Qianlong (1736–1795). Liga de cobre com incrustações de esmalte cloisonné. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Almofada na forma de um Menino Reclinado. Ding kiln, província Hebei. Dinastia Song (960–1127). Cerâmica vidrada. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. | ![]() Observatório de Beijing (Observatorie de Peking), 1736. Jean-Baptiste Du Halde (França, 1674–1743). Dinastia Qing (1644–1911), reinado do Imperador Yongzheng (1723–35). Gravura sobre papel. Crédito da Imagem: National Palace Museum, Taipei. Colecção National Palace Museum, Taipei. Cortesia Asian Art Museum em São Francisco. |
O Museum of Fine Arts, Houston, apresenta até 29 de Janeiro de 2017, uma exposição espectacular, em que se destaca as várias dinastias da China.
A mostra , intitulada: “Tesouros dos Imperadores, Arte Chinesa do National Palace Museum, Taipé”, comissariada por Jay Xu, destaca 800 anos de um período dinâmico e culturalmente muito fértil.
Na mostra estão patentes 160 obras-primas, como porcelanas, jóias, trabalhos em metal, têxteis, jade, pinturas e acessórios, proporcionando assim ao público, uma imagem fascinante da vida dos vários imperadores, que reinaram durante oito séculos.
A exposição: Tesouros dos Imperadores, Arte Chinesa do National Palace Museum, Taipé antes de estar patente no Museum of Fine Arts, Houston, esteve exposta no Asian Art Museum de São Francisco de 17 de Junho a 18 de Setembro de 2016.
A mostra foi organizada pelo Asian Art Museum em colaboração com o National Palace Museum, Taipé, e patrocinada pela Fundação da Família de Robert H. N. Ho.
Durante séculos a arte chinesa era mais conhecida pela belas porcelanas da dinastia Ming. Para além destas peças, podem-se admirar na mostra outros objectos notáveis que pertenceram a diferentes épocas.
A cerca da mostra, Gary Tinterow, director do Museum of Fine Arts, Houston, afirmou: " Este evento oferece ao público a oportunidade de contemplar peças, que pertenceram a oito imperadores e uma imperatriz, um olhar sobre a vida artística dentro dos palácios imperiais e destaca como as colecções dos monarcas foram requintadas ao longo de gerações, apresentando peças raríssimas criadas em momentos privados de inspiração”. "Esta mostra é magnífica e considerada a mais extraordinária das exposições de arte imperial chinesa. Ao explorar o gosto artístico, como foi cultivado e avaliado, criando padrões de beleza e elegância em toda a cultura chinesa, a exposição espelha a missão do museu em relacionar o público de hoje com as grandes artes e tradições da Ásia." disse Jay Xu, comissário da mostra e director do Asian Museum of Art .
A vida privada de cada governante é contada numa história através das obras de arte da sua época, desde da arrojada e subtil dinastia Yuan, ao brilho célebre da Ming e até aos últimos dias da deslumbrante dinastia Qing.
"Olhando os tesouros dos governantes, temos um sentido não só de como os seus gostos influenciaram os ânimos criativos do seu tempo, mas também como eles exerceram a arte como uma ferramenta para moldar a história", explica Xu.
Estes objectos nunca foram antes vistos nos Estados Unidos da América e fazem a sua estreia nesta mostra oferecendo um novo olhar sobre as artes decorativas da China.
Enquanto o National Palace Museum, Taipé, é conhecido pela arte chinesa, a sua colecção não tem sido acessível ao público americano. As suas peças só viajaram para os Estados Unidos algumas vezes, por exemplo, em 1960 e depois em 1995/1996 numa exposição apresentada nos museus Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque e no Asian Art Museum, em São Francisco. Nesta mostra, Xu também participou na organização como bolseiro de investigação deste último museu. "Há exactamente vinte anos ", observou Xu. " Em termos de objectos e períodos de tempo, a exposição representa uma nova perspectiva para o público americano desde que a corte imperial esteve sempre cercada com as mais importantes obras de vanguarda do seu tempo.
Uma equipa de conservadores, historiadores, críticos de arte e investigadores, trabalharam na exposição de uma forma surpreendente para dar a conhecer as artes nas cortes das várias dinastias. Esperamos que o público em geral possa conhecer as tradições artísticas e culturais das dinastias mais importantes da China ".
A mostra foi organizada em torno das vidas de nove governantes - oito imperadores e uma imperatriz que reinaram desde o início do século XII até ao início do século XX. Deste modo, a exposição destaca como o gosto e o conhecimento destes governantes evoluíram ao longo de 800 anos.
Ao observar as contribuições distintas de cada tema, os estilos magníficos e a variedade de artesanato que eles valorizaram, a exposição salienta, como a arte chinesa se desenvolveu e floresceu sob chineses como Han, Mongol e posteriores regimes Manchu. Através desta excepcional selecção de objectos, a mostra: Tesouros dos Imperadores será uma ocasião única para o público conhecer figuras importantes da história da China, através das suas obras de arte mais queridas, que lhes dizem respeito numa escala íntima e humana, que só a arte pode expressar.
Este evento destaca as mudanças nos gostos imperiais, com inspirações globais que se desenrolam cronologicamente, permitindo que o público possa avaliar como os gostos imperiais evoluíram dentro da China ou devido a influências externas, olhando para trás, para exemplos antigos ou na vanguarda com novas ideias.
A mostra está organizada através de quatro galerias no primeiro andar do museu de Houston. A abertura na grande galeria Osher, permite que o público seja introduzido na área dos imperadores Song (960-1279), os quais lideraram um renascimento na arte chinesa. Neste espaço, os visitantes poderão descobrir as paisagens magistrais e caligráfica do imperador Huizong, um estilo de letras próprias denominada "ouro fino", cujos caracteres eram trabalhados com pinceladas finas e firmes, tal qual filamentos de ouro, em movimentos de pincel rápido e intencionalmente exagerado.
Huizong governou entre 1100 à 1126, durante o seu governo promoveu a China à grandeza cultural, atitude que rendeu a sua importância como patrono das artes, pese embora, politicamente ter representado um fracasso. Era poeta, pintor (do estilo "pássaro e flor") e calígrafo, vivia cercado de artistas de diversas regiões da China.
Paralelamente a estas elegantes obras, pode-se admirar ainda um retrato imponente, que foi encomendado pelo governante da dinastia Yuan (1271-1368) Kublai Khan. Também nesta galeria estão expostas as porcelanas lendárias Ming (1368-1644), o auge da arte da cerâmica na China. Deste estilo, destacam-se uma jarra rara em cloisonné; um dos dois únicos objectos sobreviventes Ming azul-e-branco, que retratam artistas do Oeste Asiático.
A Galeria Hambrecht , adjacente, apresenta uma visão geral das criações realizadas na dinastia Qing (1644-1911). Durante este período, foram criadas uma dúzia de ateliers imperiais em todo o Império chinês, os quais foram abertos para cumprir o apetite incansável da Cidade Proibida, como lacas, esmaltes e jade esculpido, incluindo a taça em forma de flor de hibisco a partir do início dos anos 1700, esculpido a partir de uma única peça de ágata.
Ao lado fica a Galeria Lee, que apresenta um retrato do Imperador Qianlong do século XVIII, conhecido como o "homem velho de dez perfeições" e admirado como o monarca poeta, o mais prolífero na história chinesa. Através de uma selecção de pinturas, esculturas e outros tesouros, o público vai entender como bastou um único governante para gerar uma profunda mudança na produção criativa da China.
Embora muitas das obras-primas permanecem notáveis na sua elegância, outras certamente também chamam hoje atenção pela sua originalidade. O Rolo em seda com um Falcão Branco pintado pelo jesuíta italiano Giuseppe Castiglione - uma figura europeia intrigante que passou décadas na corte Qing, servindo os Imperadores Kangxi, Yongzheng e Qianlong.
Tendo o seu nome chinês, como Lang Shining, a colaboração de Castiglione foi realizar retratos da corte e pinturas, que destacam uma tradição de intercâmbio cultural Oriente-Ocidente, que continua no panorama actual da arte globalizada.
A exposição termina na Sala de Recursos do museu com um foco importante sobre a imperatriz viúva Cixi, uma concubina Manchu, que passou a ter o poder como governante por trás dos imperadores nos finais da dinastia Qing. Cixi recrutou artistas do sexo feminino para o seu “Atelier Imperial" de grande elegância, onde, sob a sua direcção artística, as artesãs criaram símbolos e padrões tradicionais com inspiração no estudo botânico, estabelecendo assim uma fundação para a estética chinesa moderna.
De salientar, também, na mostra, um ícone do National Palace Museum, Taipé - a célebre "pedra Meatshaped" da dinastia Qing, que também viajou para os Estados Unidos da América pela primeira vez. A pedra é em jaspe esculpido e tingido para se assemelhar a um fragmento de carne, em homenagem à culinária tradicional chinesa. Esta peça foi exposta no Japão, em 2014 e foi admirada por uma média de 6.000 pessoas por digerando um êxito no prato clássico “rou dongpo”, que se assemelha à pedra.
Ted Lipman, CEO da Robert H. N. Ho Family Foundation, observou: "Esta exposição marca a terceira colaboração entre o Asian Art Museum de São Francisco e a Robert H. N. Ho Family Foundation. A principal missão da Fundação é promover a cultura chinesa e as artes ao público ocidental de modo a aumentar o seu conhecimento e apreciação desse património antigo. Em nenhum lugar os 5.000 anos da história chinesa se manifesta tão notável e abrangente como a requintada colecção imperial, que foi cuidadosamente conservada e exposta no National Palace Museum, Taipé.
Através do apoio para esta importante exposição, a Fundação pretende oferecer aos visitantes uma oportunidade, sem precedentes, para mostrar, em primeira mão, o extraordinário património cultural da China".
Os Imperadores das várias dinastias foram os grandes patronos das artes plásticas e decorativas, deixando um grande sentido estético na Arte Chinesa. Durante vários séculos, artistas e artesãos criaram estilos e temas que se tornaram únicos no mundo glorificando a História da China.
Theresa Bêco de Lobo