Os laços estão aqui!
Os laços são nós com duas “asas” soltas no Universo da moda, semelhantes a aves migratórias que acabam sempre por regressar. Ei-los de novo, em força, na moda do vestuário feminino. Laços, lacinhos, laçarotes que enfeitam o vestuário feminino e até os cabelos, sempre na sua infinita leveza.
Na sua simbologia, os laços têm um sentido de vínculo passional. O amor cria os seus laços, estreita-se, e torna inseparáveis as duas metades, que procuram permanecer inteiras.
Nascem do gesto natural de atar, que vem do princípio do mundo, e que faz parte da sabedoria inata das mãos.
Depois, adornaram os cabelos e os trajes de dia e de noite. Foram laços na infância, laçarotes na adolescência e laçadas enormes na idade madura.
Dos tecidos e de enfeites sobre as silhuetas femininas, da cabeça aos pés, passaram para preciosos embutidos na madeira, em móveis de estilos diversos e, paralelamente, uns e outros em seda ou pau santo, ostentaram a graça subtil e alada que os laços possuem.
Haverá certos laços com um aspecto esguio e frívolo. Outros, porém, são prudentes, e todos eles os ornamentos que aparecem como uma consequência imediata do acto de tecer e entrelaçar.
Movimentam-se. Voam num decote; descem nas mangas ou sucedem-se ritmicamente nos vestidos, de alto a baixo; pousam na cintura, renascem nas costas…
Os laços obedecem a estratégias longamente reflectidas e também podem ter o sabor de uma audácia e de uma aventura, premeditadas e clássicas, inesperadas e, por vezes, espalhafatosas.
Os laços são verdadeiramente uma forma dos tecidos sorrirem. Exprimem sempre uma alegria que pode ser desmesurada. Bendito seja Deus que a sua aliança com a moda é de sempre e para sempre.
Marionela Gusmão