
Jean-Paul Gaultier I Calça&Casaco - Alta-Costura P/V 2017
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Há quantos anos nos conhecemos meu amigo Jean-Paul Gaultier? Perdemos-lhe a conta? Não! Pela minha parte, tenho bem vivas, nas minhas memórias, os seus talentosos desfiles.
“Enfant terrible” da moda francesa, Jean-Paul Gaultier trabalhou com Pierre Cardin, passou algum tempo nos ateliers de Jacques Esterel , em 1974 trabalhou na casa criada por Jean Patou e num percurso meteórico onde entra o grupo da fabulosa Andrée Putman.
Em 1976, Jean-Paul Gaultier, com 24 anos de idade, consegue concretizar o seu sonho – apresentar a sua colecção com a sua marca, nada menos que no Palais de la Découverte. Desde então nunca mais parou e a autora destas linhas durante anos seguidos viu os seus desfiles quatro vezes por ano, repartidos entre o Pronto-a-Vestir e a Alta Costura. Agora, acabou-se o Pronto-a-Vestir e tem todo o tempo do mundo para elaborar a colecção de Alta Costura com todos os pormenores.
Longe vai o tempo das suas colecções elaboradas em redor de um tema, como por exemplo: “James Bond” para o Inverno 1979-80; a subordinada ao tema “High-tech” (1980-81) e a que nos deixou de cabeça perdida em redor do “Dadismo” no verão de 1983, que foi publicada na TV Guia.
Jean-Paul Gaultier contou na passerelle com o talento da melhor manequim que alguma vez vi desfilar – Pat Cleveland – e agora tem como sua musa a filha de Pat, a Ana Cleveland. Mãe e filha, completamente à altura deste génio da mãe.
A luz-verde para a moda dos casacos-calça, propostos por Jean-Paul Gaultier, acende-se na fronteira entre a elegância e a criação. São estes conjuntos que irão invadir as zonas mais cosmopolitas, ávidas de emoções estéticas, que nos remetem para os Anos 20 europeus e os Anos 30 de Chicago (EUA).
Sem qualquer decalque na imagem masculina, os conjuntos de calça e casaco estão na “ordem
do dia, abrangendo um universo que passa pelas executivas, para quem o conforto é uma questão de equilíbrio.
Não é o “fato” calças/casaco/colete ou sem colete, que confere ao homem a bravura ou a força viril.
Com a mudança, cada vez mais evidente, dos cânones estéticos, o dilema feminino entre a saia e a calça prende-se quase exclusivamente com a elegância do look total. Por exemplo, uma mulher forte com um conjunto calça/casaco pode ficar horrível, mas se o seu problema residir nas pernas demasiado gordas ou magras, as calças, ditas masculinas, ajudarão a disfarçar o que não deve ser mostrado.
Os modelos que apresentamos repartem-se em traje de dia e traje sofisticado para “toilette” (cocktail ou noite).
Uma moda muito ao jeito de Jean-Paul Gaultier, para vivermos ao nosso gosto.
Marionela Gusmão