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      Fundação Eugénio de Almeida       

     “Deus, trabalho e perseverança”       

Busto de Eugénio de Almeida, um grande mecenas, em Évora

Adega da Cartuxa

Lagar da Fundação Eugénio de Almeida

Capela de S. Miguel anexa ao Paço do mesmo nome

Paço de S. Miguel em Évora, sede da Fundação Eugénio de Almeida

Aspecto parcial do Paço de S. Miguel

Fórum Eugénia de Almeida – Évora

Auditório do Fórum

Imagem de S. Miguel – séc. XVIII

Sala de Jantar do Paço de S. Miguel – Évora

Sala com frescos de 1500 e móveis do séc. XIX

A Fundação Eugénio de Almeida, a mais importante do sul do País, encontra-se numa fase de profundo relançamento cultural, social e económico. 

                                                                                                                                                                            

Em meados do século XX, Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vill`Alva, herdou uma das maiores fortunas portuguesas. Incluía quinze herdades, localizadas no concelho de Évora, totalizando muitos milhares de hectares, além de um vastíssimo património imobiliário em Lisboa, o qual integrava o parque onde se encontra actualmente a Fundação Calouste Gulbenkian.

O jovem, nascido em 1913 e licenciado em Agronomia, dedicou-se imediatamente a desenvolver o património recebido, ao mesmo tempo que iniciava uma importante acção sócio-cultural no distrito de Évora, construindo, por exemplo, o Hospital do Patrocínio (para instalar um Instituto de Oncologia) em memória da sua avó paterna; oferecendo terrenos à Câmara Municipal de Évora para um bairro social e um aeródromo. Em simultâneo concedeu donativos ao asilo de idosos Ramalho Barahona, bem como apoios a pessoas carenciadas.

Casado com Maria Teresa Ortigão Burnay, de quem não teve herdeiros, instituiu em 1963 a fundação com o seu nome. Os seus objectivos são, segundo o testamento,“ assistenciais, educativos, culturais e espirituais”.

 

Convento da Cartuxa

 

Ao longo da vida, o Conde de Vill`Alva salvou importantes monumentos da ruína. Reconstruiu o Convento da Cartuxa que entregou à Ordem de São Bruno, expulsa do País após a revolução liberal. Em 1960, os monges regressam a Évora, onde continuam a ter uma vida solitária e de oração, segundo o seu lema.

Paralelamente, compra e recupera o emblemático Palácio da Inquisição local. Nele instala o Instituto Superior Económico e Social, que se encontra na origem da reimplantação da Universidade de Évora. Recentemente o imóvel sofreu vultuosas obras, sendo transformado no mais importante espaço de exposições de arte-contemporânea do sul de Portugal – onde inúmeros artistas portugueses e estrangeiros têm vindo a apresentar as suas obras.

Vasco Vilalva adquire, ainda, o histórico Paço dos Condes de Basto ou de São Miguel que, após grandes obras, transforma em sua habitação pessoal. No exterior, preserva os vestígios romanos e visigóticos, e no interior os salões cujos tectos ostentam raríssimos frescos quinhentistas, da autoria de Francisco de Campos, com motivos mitológicos e bélicos. A casa, foi recentemente objecto de grandes obras e transformada em museu, dado possuir um recheio (móveis românticos, pintura e tapeçarias flamengas) de invulgar interesse. O acervo decorou em tempos o palácio da família em Lisboa, hoje Quartel-General.

A fundação preserva o arquivo e a biblioteca da família Eugénio de Almeida que guarda livros raros, bem como documentação essencial para o estudo económico, financeiro e social dos séculos XIX e XX. Nos anexos do Paço funcionam os serviços administrativos da Fundação Eugénio de Almeida.

 

Fase dramática

 

O desaparecimento de Vasco Maria Eugénio de Almeida, ocorrido a 11 de Agosto de 1975, em pleno verão quente, marca o início duma fase dramática da Fundação. As herdades são ocupadas e a instituição fica paralisada.

Nos Anos 80 as propriedades são devolvidas, mas a maquinaria estava arruinada, as culturas degradadas e o gado havia desaparecido. Houve que recorrer a empréstimos bancários, passar a gerir directamente as terras e recorrer a inovações tecnológicas e científicas.

Nessa fase, Henrique Granadeiro que o mecenas conhecia desde criança, era administrador / delegado e soube gerir a Fundação. Vivia-se uma situação em que os principais produtos eram os cereais, seguido de carnes e das matérias florestais. E havia uma pequena vinha. A primeira convicção do então administrador foi dar prioridade à vinicultura.

Numa estratégia inovadora, os investimentos passaram a ser, prioritariamente, canalizados para a vinha.

A maior parte dos rendimentos da Fundação provêm dela. Marcas como “Cartuxa” e “Pêra-Manca” são hoje referências a nível internacional.

Têm sido, simultaneamente, realizados grandes investimentos na pecuária, nos cereais e, sem quaisquer subsídios, na reflorestação da zona.

 

Diversificação comercial

 

A produção de azeite de enorme qualidade, também com a marca Cartuxa, está na origem de uma das últimas apostas da diversificação comercial.

Contudo, só no final dos Anos 90 foi conseguida a estabilização financeira, permitindo à Fundação alcançar  uma situação equilibrada.

Isso permitiu inaugurar, em Dezembro de 2002, o Fórum Cultural Eugénio de Almeida, obra emblemática da fundação, dispondo de galerias de exposições temporárias, um auditório e diversas salas de conferências.

No espaço, o primeiro grande centro cultural de Évora, tem decorrido uma intensa actividade cultural. Nele destacam-se exposições de artes decorativas e plásticas com grandes criadores portugueses e estrangeiros, bem como a mostra Tesouros de Arte e Devoção, baseada no inventário artístico da diocese que foi realizado por iniciativa da Fundação.

A Fundação Eugénio de Almeida apoia inúmeras instituições de solidariedade do distrito e concede 200 bolsas de estudo e investigação.

Os últimos anos têm sido de grande expansão cultural, educativa, social e espiritual.

O lema seguido, herdado do fundador, “é Deus, Trabalho e Perseverança”.

 

António de Alte de Mello

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