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                  História do Nº 1                                                    

capa 1 M&M

capa 1 M&M

A HISTÓRIA DA 1ª.  A Capa está interligada à amizade que já existia entre mim e dois dos muitos amores que tinha em Paris: o costureiro Yves Saint Laurent e Loulou da Falaise, musa e grande colaborada deste mestre da costura. Eles já me conheciam através da TV Guia, uma revista que, em Paris, era muito apreciada pelos grandes costureiros.

 

E foi assim, pela simpatia de quase todos os dirigentes das casas de Alta Costura que consegui ser bem aceite. Diziam-me que mandavam traduzir os meus textos e que eu tinha entendido e interpretado o que cada um queria comunicar.

 

Foi uma experiência muito agradável e quando apresentei a ideia de fazer uma revista com as características internacionais que andavam em vigor, todos me encorajaram e eu fiz-lhes a vontade. O primeiro foi o Yves Saint Laurent, mas muito em particular a Loulou de la Falaise, ao tempo o seu braço direito e a autora das suas bijutarias, embora tivessem a assinatura de Yves Saint Laurent. Coisas de bastidores…

 

Sem o contributo de Loulou de la Falaise, o Saint Laurent jamais teria chegado ao topo do topo.

 

O homem peçonhento que o explorou toda a vida, ainda dos tempos em que Yves trabalhava na Dior,  não tinha qualquer talento artístico. Era um explorador em grande escala e a personagem por quem o costureiro, infelizmente,  se apaixonou. Com a sua ajuda na carreira profissional, Yves Saint Laurent teria passado à história como mais um, entre muitos outros. A força e o talento de Loulou de la Falaise que na fase em que ele esteve muito doente fazia sózinha as colecções , foram a garantia daquela grande casa de Costura Francesa, hoje completamente destruída graças às colecções que apresenta.

 

Entretanto, em Lisboa, também tinha uma excelente relação de amizade com a Drª. Rosário Paes, directora de marketing da Polimaia, ao tempo representante da cosmética e perfumantes, onde se veio incluir a marca Yves Saint Laurent.

 

Pois bem, com a bênção da minha querida Rosário e da minha adorada Loulou a Moda & Moda foi dada à estampa com as capas de Saint Laurent nos três primeiros números e, tive que desistir de continuar  essa “receita” porque já existiam marcas no mercado a protestar a minha preferência.

 

É curioso recordar que eu própria fui convidada para o lançamento do perfume Paris e o mais engraçado ainda, é que levei cinco dias a receber um ramo de rosas no Hotel onde estava hospedada como se fosse de alguém misterioso.

 

No dia do lançamento , que teve lugar no Hotel Intercontinental, onde habitualmente ficava hospedada, descobri as rosas e o perfume Paris. As madrinhas do perfume foram a Paloma Picasso e a Catherine Deneuve.

 

Entretanto, a revista já estava escrita e ainda arranjei a hipótese de meter ½  página com a notícia do perfume.

 

A Loulou de la Falaise merece um grande destaque, já que era uma artista de excelência e foi uma grande amiga que tive em Paris, até ao final dos seus dias, pois ainda fui a tempo de nos despedirmos na loja que ela fundou na zona nobre da Rive Gauche.

 

No próximo mês escreverei, mais detalhadamente, da grande personalidade que foi a minha saudosa amiga  Loulou de la Falaise.

 

 

Marionela Gusmão

O Nascimento da MODA&MODA

Colar assinado Yves Saint Laurent criado por Loulou de la Falaise.

Yves Saint Laurent acompanhado por Loulou de la Falaise.

Quase se pode dizer que a revista Moda & Moda nasceu como uma “menina rica”, com padrinhos e madrinhas de alto nível social e muitos amigos, entre as quais tenho que destacar a Maria Leonor, minha amiga e a melhor apresentadora de espectáculos que Portugal jamais teve. A Maria Leonor era uma senhora com muita cultura, que trabalhou na Emissora Nacional e na RTP no tempo em que não eram os ignorantes que entravam nas televisões ou nas rádios. Pois bem, quando contei à Maria Leonor que tinha o projecto de lançar a Moda & Moda, aquela grande senhora, disse-me com muito carinho: “eu quero escrever para ti”. Infelizmente escreveu apenas para o nº. 1, pois a sua doença levou-a e eu fiquei mais sózinha.

Entretanto, a minha amiga Alicia Papadopoulos, que também colaborou no nº. 1, foi a personalidade que me abriu as portas  aos grandes acontecimentos sociais que  então apresentámos.

Lembro o 1º, no qual nasce a Rubrica: UNS & OUTROS. A festa era o aniversário da  +ex-Imperatriz Soraya, à qual assisti (com a minha pequena máquina fotográfica e eu própria), e muito discretamente fiz o que me foi possível.

De recordar que Alicia Papadopoulos era uma grande amiga da que foi Imperatriz da Pérsia, a ex-imperatriz Soraya -  uma grande amiga de uns  netos da minha tia Mimi, os quais foram os grandes obreiros de Marbella. Note-se que os terrenos dessa zona, hoje tão conhecida turisticamente, pertenciam à família Pérez de Guzmán e que a Soraya passava grande parte do Verão com os proprietários desses clubes.  

Ludmila  tinha uma casa russa, na Rue François Ier, em Paris, e foi nesse espaço que Soraya festejou o seu aniversário tendo como convidados o casal Papadopoulos.

E como apareci aí? Simplesmente porque a Alicia disse-lhe que eu estava em sua casa e explicou-lhe quem era a minha família espanhola. Foi então que a Imperatriz Soraya pediu à Alicia que me levasse com ela. Fiquei na mesa do casal Papadopoulos, da condessa de Casteja (muito conhecida entre nós) e de Ada Delaunay. Na mesa de Soraya estava Anja Lopez e princesas e príncipes russos. O champanhe e o caviar tinha uma abundância tal como jamais tinha visto. E os copos partidos foram a nota discordante.

Sei que é uma tradição, mas não gosto.  

E, desta forma escrevi o 1º. Social da Moda & Moda, nada menos que num ambiente de tradição boémia e simultaneamente  o ponto de encontro  mais exclusivo de Paris.

Regressei muitas vezes à Ludmila, mas noite igual, pelo menos ali, nunca mais vivi.

Em Cannes, encontrei muitas vezes a Soraya e, segundo ela, estava de partida para Marbella.

No dia seguinte, mandei-lhe um ramo de flores. Soraya agradeceu e ainda nos tornámos a ver em Paris, em casa da Alicia Papadopoulos, onde eu própria habitava.

Achei sempre que era uma pessoa muito triste com jóias de perdermos a cabeça, mas nunca fiz nenhuma referência a esses pormenores.

A infertilidade fez daquela mulher linda uma pessoa infeliz.

 

O 2º. Social de Alicia. Pois nada menos do que a Princesa do Luxemburgo, uma personalidade que Alicia conhecia desde os tempos que vivia em Cuba. Maria Teresa tinha uma entrevista combinada com Alicia, mas não há ninguém eterno. Alicia partiu e a entrevista não se fez.

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