A simbologia das cores já deu lugar a muitas investigações e atribui ao branco o significado do Este – o branco da alvorada.
Kandinsky, um pintor que muito admiramos e que nos faz sonhar diantes das suas obras, principalmente no Centro Pompidou, em Paris,, um mestre para quem o problema das cores ultrapassava largamente a problemática da estética, exprimiu-se sobre este tema, como ninguém ao escrever: “O branco que muitas vezes é considerado como uma não cor...é como que o símbolo de um mundo onde todas as cores, enquanto propriedades de substâncias materiais, se desvaneceram...O branco actua sobre a nossa alma como o silêncio absoluto… Este silêncio não está morto, transborda de possibilidades vicas… É um nada cheio de alegria juvenil ou, melhor dizendo, um nada anterior a qualquer nascimento, a qualquer começo”.
Realmente é impossível descrever melhor a alvorada.
Não sabemos se os estilistas e os costureiros tiveram alguma premunição sobre a desgraça que se iria abater sobre o mundo, mas a verdade é que muitos criaram variados modelos brancos.
Não escondemos que nesta revista sempre gostámos do branco na generalidade sem discutirmos se o branco leitoso é mais bonito do que o branco alvaiade de Veneza. Para nós, o branco faz-nos recuar à nossa infância. E quanto apreciamos as casas caiadas da paisagem algarvia e alentejana.
Nos modelos que apresentamos há um sinal de que a pureza e a higiene ainda se valoriza.
Nestes duros tempos conseguimos, ainda, conseguimos encontrar nas moitas do nosso jasmim, nos jarros e nas frésias do nosso jardim da Moda & Moda ´, uma alusão a simplicidade de uma peça branca, sem mácula, do nosso vestuário.
Marionela Gusmão