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                          O Ano de Amália.                         

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

Amália retratada por Nogueira da Silva

O centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a decorrer este ano, será assinalado, tardiamente dado o Covid, por diversas conferências, exposições, lançamento de produtos especiais, edições de livros e sessões de fado.

Imbuída no imaginário português, a memória da artista fez-se para sempre uma referência na nossa identidade.

Falecida a 6 de Outubro de 1999, aos 79 anos, ela tornou-se, junto de milhões de admiradores espalhados pelo mundo, um ícone. A sua voz conquistou plateias na Europa, na América, na Ásia, em África, no Oriente, durante uma carreira iniciada em 1939 e prolongada até 1994, seguida por milhões de seguidores. 

A sua morte uniu-os gerando um fenómeno singular de paixão. Todos os dias vão depor flores, lágrimas, saudades, poemas no túmulo  de pedra onde repousa, desde 2001,no Panteão Nacional.

A determinação dos admiradores, liderados por Leonilde Henriques, sua secretária e amiga, levou a Assembleia da República a colocá-la (gorada a hipótese, defendida por alguns, do Mosteiro dos Jerónimos) no Panteão Nacional. 

 

Roteiro Amaliano

A artista viveu toda a vida em Lisboa, cidade onde não existe, porém, um roteiro Amaliano, apesar de resistirem os locais que lhe estão ligados – como a pequena casa onde nasceu na Mouraria, passando pelos retiros de fado no Bairro Alto, os teatros onde trabalhou no Parque Mayer, e os edifícios que habitou em adulta. Os os mais emblemáticos são, no entanto, o palacete de São Bento, onde viveu quase meio século e faleceu, e o Panteão onde repousa.

 

Jóias secretas

“A casa sou eu”, disse-nos Amália numa entrevista em 1998. É, pelos objectos de arte e memórias que guarda, um autêntico museu de artes decorativas. A habitação, transformada em casa-museu, mantém incólume o ar vivo, quente e fluido da sua presença. “É acolhedora. Preocupei-me que o fosse de verdade, embora não tenha jeito nem paciência para as coisas da decoração. Se o tivesse o seu aspecto seria, provavelmente, diferente. Aprecio muito as antiguidades, acho que tenho um certo bom gosto para elas”, acrescentou-nos.

Nas várias divisões destacam-se preciosos  mobiliários dos séculos XVII, XVIII e XIX, tapeçarias flamengas, tapetes Persas e de Arraiolos, porcelanas da Companhia das Índias, azulejos portugueses, trajes de cena. A maioria do seu guarda-roupa foi executado por Ilda Aleixo, costureira e amiga de Amália durante meio século, hoje com 99 anos plenos de lucidez e vitalidade.

O mais tocante no edifício é, porém, a galeria dos retratos de Amália, fruto de afectos, fidelidades e generosidades incomuns. “São as minhas jóias secretas”, exclamava com orgulho e emoção. Eduardo Malta captou-lhe uma imagem de infinita serenidade, Pedro Leitão  uma atmosfera que se confunde com a do próprio fado; Maluda preferiu reter-lhe o lado melancólico e Jacinto Luís o introspectivo.

Luís Pinto Coelho, esse, captou-lhe, pujante, a glória mostrando-a, em corpo inteiro, a cantar no Coliseu dos Recreios, em 1990, no espectáculo comemorativo dos seus 50 anos de carreira. A luminosidade, a vibração, a magia da cantora  estão em toda a tela. A obra encontra-se, aliás, no átrio da casa, como a dar as boas vindas aos que, de todas as partes do mundo, a visitam.

 

Silva Nogueira

Joaquim Silva Nogueira (1892 – 1959) foi o mais importante fotógrafo-retratista do seu tempo. Ele vinha de uma família, (por parte do pai e tio),  com ligações a arte do retrato. O pai começou a exercer a fotografia em Santarém, com deslocações na época balnear, à Ericeira. No início do século XX fixou-se em Faro, deslocando-se mais tarde para Lisboa, onde abriu um estúdio na Rua D. Pedro V.

Silva Nogueira começou a ajudar o pai, tendo-se estabelecido em Lisboa e depois em Setúbal. Em 1920 tomou de trespasse a famosa Fotografia Brasil, localizada na Rua da Escola Politécnica, que fora fundada pelo fotógrafo Carlos Silva.

Dotado de um enorme talento como retratista, Silva Nogueira foi incentivado, por artistas e figuras da sociedade, em adquirir os aparelhos mais sofisticados que existiam no estrangeiro, desde máquinas a material de iluminação.

Leitão de Barros reconhecia em Silva Nogueira todas as potencialidades do fotógrafo moderno e cinematográfico que faltava na nossa sétima arte.

Do talento aliado a uma técnica moderna resultaram fotografias que podiam competir com as tiradas em Hollywood, Paris ou Londres.

Durante quase quatro décadas as grandes figuras portuguesas fizeram-se retratar nos elegantes salões da Fotografia Brasil. Ele era considerado o fotógrafo das elites, sendo também o mais caro de Lisboa.

O grande público habitou-se, por sua vez, a admirar, nas montras da Fotografia Brasil, os seus artistas.

O espólio de Silva Nogueira seria adquirido, em 1981, pelo Instituto Português do Património Cultural. Actualmente, preserva-se no Arquivo Nacional de Fotografia, estando inventariadas 1200 imagens da vida política, artística e intelectual, datadas de 1900 a 1959.

No Museu Nacional do Teatro guarda-se um núcleo de fotos de personalidades do teatro, doadas desde 1978, objecto de exposições em 1985 (Fotografar Gente do Palco – a Arte de Silva Nogueira) e 1999 com imagens de Amália Rodrigues.

António Brás

Eventos principais do centenário

 

I – Sessão evocativa a realizar na Academia de Ciências de Lisboa tendo como oradores, entre outros, Manuel Alegre, Rui Vieira Nery, Fernando Dacosta, António Valdemar, Frederico Santiago

 

II – Exposições nos museus do Teatro, que preserva parte do espólio da artista, no do Fado, no Panteão Nacional, em inúmeros locais do país denominada “Bem vinda seja Amalia” - com objectos cedidos pela Fundação Amália que organizará noites de fado no salão da sua casa e no jardim.

Il -Haverá uma Missa cantada na Basílica da Estrela;

Ill-Gala de homenagem no Campo Pequeno;

IV-Emissão de selos pelos CTT;

V-Lançamento de relógios Tissot, numa edição numerada e restrita;

VI-A VA lança serviço de chá exclusivo;

VII-Uma linha de óculos, limitada a 300 exemplares; 

VIII-Lançamento de livros biográficos bem como de CDs inéditos;

IX-A herdade do Brejão, casa de férias de Amália em Odemira, abre ao publico com exposição sobre a artista;

X-O Museu da Cidade de Lisboa inaugura uma exposição a partir do celebre busto de Amália por Joaquim Valente. Deste escultor com escassa obra, são conhecidas somente as esculturas de Amália e de Ricardo Espírito Santo. Do busto de Amália, executado em 1953, existe o original na casa-museu, e copias nos museus do Teatro e da Cidade, e uma restrita edição de 1999 espalhada por amigos e admiradores;

O Ministério da Cultura assinalará oficialmente, com a Câmara Municipal de Lisboa, a efeméride que constituirá o acontecimento cultural mais importante de 2020. 

 

 

 

 

Algumas Datas

1920 – Amália nasce em Lisboa (desconhece-se o dia exacto, talvez a 1 ou 23 de Julho), na Rua Martim Vaz

 

1939 – Estreia-se como fadista no Retiro da Severa. 

 

1943 – Desloca-se a Madrid onde obtém grande aceitação

 

1956 – Apresenta-se no Olympia, em Paris. Os franceses rendem-se-lhe para sempre

 

1966 – Em Nova Iorque, Amália ganha um êxito lendário

 

1970 – O público japonês extasia-se com a sua actuação. O mesmo sucederá com o soviético

 

1976 – Vai a Cannes a convite da RTP onde actua no Casino por ocasião do MIP TV. É aplaudida com entusiasmo pelos compradores de programas de todo o mundo que ali se deslocam

 

1989 – Comemora com concertos em Portugal, França, Itália e Japão os 50 anos de carreira

 

1994 – Por motivos de saúde retira-se

 

1997 – Edição do livro “Versos” que confirma a sua faceta poética 

 

1998 – “O Melhor de Amália” é considerado pela crítica internacional o mais notável cd editado no mundo

 

1999 – Morre inesperadamente em Lisboa

 

2001 – A artista é trasladada para o Panteão Nacional onde apenas repousavam políticos, poetas e escritores

 

2001-Inauguração da Casa-Museu Amália Rodrigues, desta forma a casa onde habitara em Lisboa fica preservada.

 

2009-Grandes homenagens em Portugal e no estrangeiro.

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