



Sylvie Fleury Firts Spaceship On Venus 2018 Fibra de vidro, pintura com “paillettes”. Alt. 340; Largura 1,20. 70 Kg. Paris, Galerie Thaddaeus Ropac Cortesia Galeria Thaddaeus Ropac, Londres – Paris- Salzburg © Sylvie Fleury

Man Ray, Emmanuel Radnitzky, (Filadélfia -1890-Paris 1976) Fotografi (Radiograma) para a obra de Pierre Bost e Man Ray Electricidade: 10 radiogramas, Paris, Companhia parisiense de distribuição de electricidade, 1931 Alt. 38,5: L 28,5 cm Paris, museu de Arte Moderna da cidade de Paris Paris © Man Ray 2015 Trust / Adagp Paris 2019

Giovanni Battista Riccioli VI-Figura pro nomenclatura e libração lunar 1651 Carta gravada Paris, Biblioteca nacional de França Reserva dos livros raros – Paris © BnF

Thomas Harriot La Lua observada à luneta Plima e tinta castanha Desenho datado de 26 de Julho de 1609 (5 de Agosto no calendário gregoriano) Alt: 31,7; L 20,9 cm. Chichester, West Sussex Record Office (Lord Egremont Petworth House Archives, HMC 241/9 fol.26) © West Sussex Record Office

Joseph Blondel Merry Diana no seu carro em direcção a Endymion 1821 Óleo sobre tela 41; L 41 cm. Fontainebleau, museu nacional do palácio de Fontainebleau Foto © RMN.Grand Palais (Châteux de Fontainebleau/ Gérard Blot)

Marc Chagal Paisagem azul 1949 Couache sobre papel 77x 56 cm Wuppertal, Von der Heydt Museum © VG Bild-Kunst; Foto c) ARTOTHEK © Afagp, Paris 2019

William Dyce Francesca da Rimini 1857 Óleo sobre tela 142 x 176 cms. Edimburgo, National Gallery of Scottland, adquirido pela Royal Scottisch Academy em 1864, transferido à National Gallery of Scottland © National Galleries of Scotlland, Edinburgh/Bridgeman Images

Sarcófago – Diane e Endymon Cerca de 235 (21º ‘) depois de C. Mármore Al. 95; La. 211; pr. 62 cm (ou 61; L. 215, pr. 16 cm. Paris – Museu do Louvre, sector das Antiguidades gregras, etruscas e romanas Foto © RMN-Grand Palais (museu do Louvre) /Hervé Lewandowski

Anne Louis Girodet Endymion. Efeito da lua, chamado o Somo de Endymion 1791 Óleo sobre tela Alt. 198X 261 cm Paris, museu do Louvre, sector de Pinturas Foto © Museu do Louvre, Dist. RMN-Grand Palais/Agnèle Dequier
“É um pequeno passo para um homem, um grande salto para a Humanidade"
Neil Armstrong
No ano em que se comemora a ida do Homem à Lua, o Grand Palais de Paris, mesmo no coração da capital de França, já abriu ao público uma notável exposição que termina a 22 de Julho de 2019, precisamente na data em que o grande feito completa 50 anos, ou seja em Julho de 1969. Neil Armstrong foi, efectivamente, o primeiro homem a pisar a Lua. O célebre americano fez-se acompanhar do astronauta Buzz Aldrin e todo o mundo vibrou de emoção.
A autora deste texto viveu o momento com alguma incredulidade, embora tenha organizado uma festa em sua casa para comemorar este acontecimento histórico que empolgou o mundo. E ficou rendida à capacidade técnica que foi necessária para alcançar a Lua. E a festa teve muitos amigos e o seu marido, todos emocionados, a celebrar o grande feito. Foram momentos inesquecíveis.
A exposição
Nas Galerias Nacionais do Grand Palais, em Paris, os amantes da lua têm agora a oportunidade de participar na celebração do cinquentenário dos primeiros passos do Homem sobre o um astro que tanto fascinou e fascina a Humanidade.
Ali, no coração de Paris, a Lua oferece uma enorme ocasião de celebrar a longa relação dos homens com os seus mistérios, familiares e sonhadores, através de obras de arte que encarnam as múltiplas formas desta relação.
A exposição articulada em cinco partes propõe ao visitante o confronto com as criações artísticas desde a Antiguidade até aos nossos dias, da Europa e de outros lugares, inspirados pela Lua.
Da Lua à Terra, da viagem real à viagem imaginária
A exposição abre com a viagem real - Julho de 1969. Em seguida a ida à Lua recua no tempo, através de imagens sonhadas pela Literatura e outras artes criadas sob o desígnio da Lua. Depois, surge a inspiração na Antiguidade que se desenrola através dos meios que superam a mais inventiva capacidade humana abrangendo uma imaginação desenfreada. Com a expedição APOLLO II, a viagem tornada realidade, inaugurou uma nova era.
No entanto, a imaginação não perdeu os seus direitos, antes pelo contrário, à fantasia juntam-se grandes interrogações sobre a Humanidade, entre os quais se contam: o lugar das mulheres, o nacionalismo, a irregularidade do desenvolvimento económico…e… e…
A Observação da Lua
Decorria o ano de 1609, quando Thomas Harrison fez a primeira tentativa de desenhar a Lua. A partir de Galileu, os instrumentos cada vez mais precisos foram permitindo a exploração da sua superfície e a Lua começa a ser observada. As primeiras cartas deste planeta foram desenhadas nos meados do séc. XVII. Nos finais desse mesmo século, Cassini realizou uma carta mais precisa do que as precedentes a qual passou a ser referêrncia até à aparição da fotografia. A apresentação da replica da luneta de Galileu, dos primeiros desenhos e cartas, a seguir de fotografias ilustraram a evolução de uma verdade objectiva donde jamais saiu o sonho da contemplação estética.
As três faces da Lua
O percurso da exposição articula as três faces da Lua, em três secções, mais propriamente, os seus três humores: acariciante, variável e inquietante. A primeira fase é benéfica e acariciadora; é a lua que protege e que inspira. Sob a sua protecção, o homem sonha, ama ou medita. Assim, no célebre quadro de Girodet, “Endymion adormecido”, Diana visita sob a forma de um raio luminoso o adormecimento do belo homem jovem, isto é, o da variável, cujas mutações marcam o tempo dos homens e organiza os seus calendários.
As crenças populares brincam com as origens do humor feminino, qualificando-as de “lunáticas”. Os seus ritmos tornam-se femininos, opticos e até inspiraram numerosos artistas do séc. XX.
Finalmente, a terceira face é a de astro das trevas, da melancolia ou da loucura: a lua negra é demoníaca, fonte de fantasmas e de medos.
A Lua é uma “pessoa”
A quarta parte da exposição mostra como desde a Antiguidade, a Lua era vista como uma divindade próxima da forma humana, umas vezes homem, outras, mulher, tendo frequentemente diferentes aspectos ligados aos dois – mudanças da Lua. Se no Egipto, na Mesopotâmia ou entre o hinduísmo moderno a Lua é endeusada sob uma forma masculina (Thot, Nefertoum, Sin, Chandra) a Antiguidade clássica referencia-a como mulher (Artemisia, Diana, Selena, Hécat). No Cristianismo, a Virgem Maria, que reflecte a luz sem a produzir, está associada à luz.
Uma exposição repartida de beleza
A última parte da exposição exibe a lua como fonte de inspiração, próxima e misteriosa que, revela a Natureza sob uma luz reflectida, estranha, íntima, melancólica, e sempre contemplativa, propiciando uma renovação do tema e da paisagem. A Lua é mesmo uma experiência total de beleza. Um último passeio meditativo sob o olhar da Lua.
Por tudo o que já foi escrito, esta é mesmo uma exposição a não perder.
Dá gosto o agradável momento de contemplação da obra de Canova, mas ela indica-nos que a mostra terminou. Apetece-nos começar de novo e rever esta grande exposição com a qual Paris mostra ser o grande país das artes, da sensibilidade e do pensamento.
Marionela Gusmão
![]() Aspectos gerais da exposição LUA Cenografia da Agence bGc Studio Fotos: Difier Plowy | ![]() Aspectos gerais da exposição LUA Cenografia da Agence bGc Studio Fotos: Difier Plowy | ![]() Aspectos gerais da exposição LUA Cenografia da Agence bGc Studio Fotos: Difier Plowy |
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