

Educação I 2/3 do caminho já está cumprido
2/3 do caminho já está cumprido
O mês de Abril representa não apenas “águas mil” (que bem necessárias são) mas para todos os estudantes do ensino básico e secundário este é o mês em que termina o 2º Período lectivo. Nas últimas semanas antes da interrupção da Páscoa as habituais conversas de final do dia, no regresso a casa com os filhos no banco de trás do carro ou mais tarde ao jantar entre as garfadas do bife ou as colheradas da sopa, começam a ser condimentadas com as preocupações e interrogações acerca das avaliações que irão surgir na pauta. É claro que se houve acompanhamento ao longo do período cada família saberá bem com o que pode contar e não haverá certamente surpresas.
Durante 3 meses as cartas foram lançadas e as anteriores interrupções do Natal e Carnaval deverão ter servido para a necessária ponderação e reajustamento de metodologias como aliás referimos no artigo de Dezembro. A análise crítica sobre o que fazemos e como fazemos deve nesta altura já se ter introduzido nas rotinas familiares e bem mais enraizada no caso dos jovens do secundário que nesta altura do seu percurso escolar devem já ter consolidado competências ao nível da autonomia, responsabilidade e planificação do trabalho.
A reflexão lúcida sobre o caminho escolar que se vai cumprindo é essencial para que os estudantes possam abandonar tudo o que fazem de errado de forma a adoptar alternativas mais adequadas. Persistir nas mesmas práticas esperando resultados diferentes é sinal de insanidade de acordo com Einstein e se não for insano é no mínimo pateta.
As novas estratégias a aplicar vão além da própria metodologia de estudo devendo integrar uma melhor gestão de horários, a introdução de actividades criativas e até uma alteração na forma como os próprios pais acompanham o percurso escolar dos seus educandos. Mas sobre os erros comuns que todos cometemos no acompanhamento escolar dos filhos falaremos mais tarde.
Nesta última interrupção lectiva é, pois, tempo de fazer novo balanço e arregaçar mangas para a última etapa. Nada está garantido e esta afirmação tanto é válida para uma retenção que se perspectiva como para uma transição que se julga certa e por isso esta é a altura certa para aprender a lidar com a frustração, no primeiro caso, e com egos demasiado lustrados no segundo. Continuar a trabalhar e a reajustar estratégias mesmo quando todos os sinais apontam para um desaire no final do ano, deve ser sempre o lema em qualquer circunstância porque tudo o que se introduzir como hábito de trabalho eficiente e persistente trará no futuro resultados. Em circunstâncias favoráveis em que o sucesso dos dois períodos não faz temer o desfecho final, é importante manter o ritmo porque confiança em demasia pode gerar o conjunto de sintomas da “lebre e tartaruga”. Ser aluno é ser um atleta de alta competição numa prova de fundo e até à meta tem que investir tudo sendo que depois da prova deve regressar ao treino para manter a forma.
Mas atenção, treinar não tem que significar, nos momentos de paragem lectiva, a manutenção de um ritmo exaustivo de realização de exercícios dos manuais. Existem múltiplas alternativas que garantem a manutenção de um bom ritmo de aprendizagem, raciocínio e estímulo intelectual. E fica aqui a sugestão: aproveitando a época que justifica esta paragem lectiva, por que não estimular a pesquisa sobre a Páscoa e a realização de um trabalho para ser apresentado num almoço de família? Sendo uma festividade religiosa não deixa de representar, mesmo para quem não professa nenhuma religião, uma oportunidade de conhecimento. Saber o que é, por que razão a sua data é móvel, de onde deriva o nome e como se celebra nas diferentes partes do mundo, é aprofundar a nossa identidade de cidadãos do mundo e aprender a conjugar a narrativa dos acontecimentos que influenciam na prática e de forma tão extensiva a nossa vida.
Para os jovens saber mais só pode trazer benefícios.
Ana Paula Timóteo
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