
Vieira Portuense I Um pintor muito amado
![]() Cena Mitológica | ![]() Duarte Pacheco defendendo Cochim | ![]() Leonor e Eduardo I de Inglaterra |
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![]() D. Filipa de Vilhena Armando seus Filhos Cavaleiros |
A recente aquisição pelo Estado de duas telas de Vieira Portuense provocou supresa, entusiasmo e invulgar receptividade pela obra do pintor.
Nascido no Porto em 1765, estudou inicialmente em Lisboa tendo, no entanto, passado largas temporadas em Itália, Alemanha, Áustria e Inglaterra. As suas pinturas (retratos, paisagens, temas religiosos, mitológicos e históricos) reflectem um domínio e uma sensibilidade que antecedem as tendências românticas.
A morte de Vieira Portuense em 1805, por tuberculose, no Funchal, interrompeu uma das mais brilhantes carreiras internacionais da história da nossa cultura.
Apesar de ser considerado um dos maiores artistas portugueses, o pintor Francisco Vieira, (seu nome próprio), só em 2001 foi objecto de uma exposição retrospectiva no Museu Soares dos Reis. A sua obra encontra-se dispersa por inúmeras colecções privadas e públicas em Portugal e outros países europeus, destacando-se as dos museus de Arte Antiga, Soares dos Reis, Teixeira Lopes, Patudos e Municipal de Faro.
Expoentes geracionais
Se Lisboa tem em Domingos Sequeira o expoente maximo das artes plásticas daqueles séculos, o Porto possui o em Vieira Portuense.
O esforço do Estado em adquirir trabalhos seus tem sido particularmente feliz, caso das quatro incorporações nos últimos 20 anos, como “A Súplica de Inês de Castro” por 210 mil euros e “Narciso na Fonte” por 25 mil euros.
O Museu de Arte Antiga vai ficar enriquecido com as telas “Banquete de Vasco da Gama na Ilha dos Amores” e “Vasco da Gama presenteando o Samorim de Calecute”, adquiridas ao pintor por Alexandre de Souza Holstein, pai do I Duque de Palmela a cujos descendentes foram adquiridas.
Infelizmente a célebre tela “D. Francisca de Vilhena armando seus Filhos Cavaleiros”, obra-prima de Vieira Portuense, perdeu-se em 2002 num incêndio em casa da família Franco.
O estudo do percurso artístico do pintor deve-se fundamentalmente ao historiador Paulo Varela Gomes que lhe dedicou um pormenorizado trabalho editado em 2001.
António Brás