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Um renovado Museu do Azulejo

Paínel de 1580

Azulejos hispano-árabes

Retábulo de Nossa Senhora da Vida, 1580

Painel seiscentista

Alegoria, 1660

Caça, século XVIII

Dança de 1700

Figura de convite

Sombra, Lourdes Castro, século XX

Desde o período árabe que o azulejo faz parte do nosso quotidiano, tendo o seu maior incremento ocorrido no século XVI, época de prosperidade dilatada pelos Descobrimentos. 

Várias fábricas surgiram a partir de então, permitindo alargar, popularizar a sua utilização. A mais célebre foi a do Rato, em Lisboa. Actualmente destacam-se a Viúva Lamego, a Constância, a Sant`Ana e a Ratton.

Na primeira metade do século XX observou-se uma renovação no seu sector, na qual se destacaram os nomes de Rafael Bordalo Pinheiro e Jorge Colaço.

Nas gerações seguintes, artistas como Maria Keil, Sá Nogueira, Almada, Alice Jorge, Pomar, Eduardo Nery, Vieira da Silva, Menez, Cargaleiro, Lourdes Castro, Querubim Lapa, Bela Silva, enriqueceram, diversificando, esse impulso criativo. 

As novas estações do Metropolitano de Lisboa, que alguns deles assinaram, tornaram-se mesmo pontos de referência internacional. Os caminhos –de-ferro já o tinham, aliás, utilizado antes, com grande beleza, nos seus típicos edifícios (o de São Bento, no Porto, de Jorge Colaço, é um expoente disso) espalhados por quase todo o território. 

 

Anos 50

Nos anos 50 os arquitectos portugueses resolveram utilizar o azulejo, que fora abandonado anos antes, em larga escala. Os bombeiros tinham-no proibido nas fachadas dos prédios porque, em caso de incêndio, diziam, caíam e feriam as pessoas.

“Isso não tinha, porém, suporte legal nem correspondia à verdade”, afirmou-nos Maria Keil. “Por isso decidimos avançar. Fizemos murais, o Pomar, a Alice Jorge, o Sá Nogueira, o Botelho e eu. A partir daí não parámos mais. O azulejo tem muita força, mas não é qualquer painel que vai para qualquer lugar”.

As colecções existentes entre nós contêm exemplares que são verdadeiras obras-primas no género. A mais importante encontra-se no Museu Nacional  do Azulejo, um dos espaços mais visitados pelos turistas.

 

Sala dos Arcos

O Museu Nacional do Azulejo acaba de reinaugurar a Sala dos Arcos, com projecto museográfico dos arquitectos Mariana Piçarra e Luís Afonso Carvalho. As obras custaram 47 mil euros e foram custeados pelo Millennium. O espaço é dedicado  exclusivamente  á azulejaria barroca e rococo, onde se apresenta o paínel “O Triunfo de David”, obra imponente com nove metros de cumprimento por 1, 70 de altura, da autoria de Cornelis Van der Kloet. A obra foi adquirida pelo Estado no final de 2022, por 120 mil euros, a um particular. 

Destaca-se, ainda, um conjunto azulejar Joanino com uma “Batalha de Alexandre”, sumptuosa composição reciortada de grande efeito cenográfico, e um invulgar relógio de parede, agora restituído à sua função original pela recolocação do ponteiro.  

O Museu Nacional do Azulejo sublinhou, num comunicado, “que a apresentação simultânea de uma obra adquirida pelo Estado e de uma sala recuperada com apoio de mecenas significa que se conjuga neste espaço e momento o que de melhor pode ocorrer no âmbito do financiamento e mecenato patrimonial: a criteriosa aquisição de peças que enriquecem decisivamente as coleções nacionais, e o generoso apoio e incentivo que entidades privadas fomentam na consolidação de uma oferta cultural mais rica, diversificada e plural".

António Brás

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