
Paris a Hollywood I A Moda e a Influência de Véronique e Gregory Peck
![]() Véronique e Gregory na Estreia do Filme “The Man in the Gray Flannel Suit” do Director Nunnally Johnson, em 1956. Fotografia: Jack Albin/Archive Photos Collection/Getty Images. Créditos da imagem: Jack Albin/Archive Photos Collection/Getty Images. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Véronique e Gregory na Estreia do Filme “To Kill a Mockingbird”, no Festival de Cinema Cannes,em 1963. Fotografia: Daniel Fallot/INA Collection/ Getty Images. Créditos da imagem: Photo by Daniel Fallot/INA Collection/ Getty Images. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Retrato de Véronique Peck para a Vogue, em 1967. Fotografia: Bert Stern/Condé Nast Collection/Getty Images. Créditos da imagem: Bert Stern/Condé Nast Collection/Getty Images. Cortesia do Denver Art Museum. |
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![]() Gregory e Véronique num evento em Hollywood, janeiro de 1967. Fotografia: Collection/ Contributor/via Getty Images. Créditos da imagem: Collection/ Contributor/via Getty Images. Cortesia do Denver Art Museum. |
Espectacular, atraente e vibrante, assim se pode definir a exposição actualmente patente no Denver Art Museum, até 18 de Julho de 2021 . Trata-se de uma das mostras mais fabulosas a todos os níveis, em especial, para aqueles que sentem grande atracção pelo cinema. A exposição conta com mais de cem peças lindíssimas da Alta Costura. Estes modelos foram adquiridos por Veronique Peck, como peças únicas. Podem-se admirar vestidos fabulosos de costureiros, como Yves Saint Laurent, Balenciaga, Guy Laroche que pertenceram a Veronique.
![]() Conjunto: Casaco e calça (pormenor), das costas 1965. Pucci, Florença. Chiffon de seda estampado com bordado a contas “Gioielli”. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vestido, Alta Costura Outono/Inverno 1969/70. Yves Saint Laurent, Paris. Lamé sintético de Abraham (célebre casa de tecidos), Zurique, com bordado a contas da Maison Lesage (casa de bordados), Paris, com forro de seda. Protótipo (vestido de noiva original para passarela com modificação do corpete). Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vestido e écharpe, (cerca de 1975). Thea Porter, London. Chiffon de seda bordado com lantejoulas e forro sintético. Cortesia do Denver Art Museum. |
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![]() Vestido, Alta Costura Primavera/Verão 1967 Yves Saint Laurent, Paris Piqué sintético com contas de Lanel (casa de bordados), Paris e forro de seda. Protótipo (modelo original da passarela). Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vestido, Alta Costura Primavera/Verão 1967 (Pormenor). Yves Saint Laurent, Paris Piqué sintético com contas de Lanel (casa de bordados), Paris e forro de seda. Protótipo (modelo original da passarela). Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vestido, Alta Costura, (cerca 1985). Guy Laroche, Paris. Tafetá sintético e rede de nylon. Colecção Véronique Peck Collection para o Denver Art Museum: Oferta de Cecilia Peck Voll. Cortesia do Denver Art Museum |
![]() Vestido com Cinto, Alta Costura (cerca 1960). Cristóbal Balenciaga, Paris. Seda. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Conjunto: Blusa e Saia, Alta Costura Outono /Inverno 1976/77. Yves Saint Laurent, Paris. Blusa e saia em lamé de seda de Bianchini-Férier (têxtil), Lyon, França; Cinto de veludo de algodão com strass aplicados e acabamento metálico. Protótipo (modelo original de passarela). Cortesia do Denver Art Museum | ![]() “Robe Manteau” Alta Costura 1951. Pierre Cardin, Paris. Algodão. Cortesia do Denver Art Museum. |
![]() Conjunto: Túnica e Calça (pormenor), Alta Costura Outono/Inverno 1969. Yves Saint Laurent, Paris, Lamé sintético de Abraham, bordado com contas de Pierre Mesrine (empresa de bordados), Paris. Protótipo (modelo original de passarela). Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Conjunto: vestido e blusa, (cerca de 1968). Valentino, Roma. Seda e tule sintético com strass, missangas e lantejoulas. Colecção Véronique Peck Collection do Denver Art Museum: Oferta de Cecilia Peck Voll. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vestido, Alta Costura Outono/Inverno 1959. Hubert de Givenchy, Paris. Seda. Cortesia do Denver Art Museum |
![]() Esboço e amostra de tecido de um vestido, Alta Costura Primavera -Verão, 1969. Yves Saint Laurent, Paris. Cortesia do Denver Art Museum. |
A mostra “Paris a Hollywood: a Moda e a Influência de Véronique e Gregory Peck”, inclui 100 modelos icónicos de Véronique recentemente doados ao museu, assim como ilustrações de moda, fotografias, moda de arquivo, clipes de filmes familiares, cartas e documentação de 15 costureiros e designers de todo o mundo.
Uma selecção de Alta Costura da escritora, filantropa e influenciadora de moda parisiense Véronique Peck, está exposta publicamente pela primeira vez, proporcionando um olhar único sobre o estilo de um dos casais mais amados de Hollywood.
A apresentação abrange mais de quatro décadas, dos anos 1950 aos 1990, oferecendo uma visão geral de como a moda se modificou conforme as mulheres evoluiram na sociedade da 2ª. Metade do século XX. Em conjunto com o museu, a filha de Gregory e Veronique, Cecilia Peck Voll, ofereceu ao Denver Art Museum 20 modelos icónicos da colecção da mãe para o património do museu. A mostra, foi organizada pelo Denver Art Museum com a curadoria de Florence Müller, a Curadora de Arte Têxtil e Moda da Avenir Foundation da DAM, e projectada pelo arquitecto Brian Dale e pela designer Meredith Dale, ambos co-fundadores do Sort Studio, que está em exibição de 14 de Março a 18 de Julho de 2021 na galeria do museu americano.
“Paris a Hollywood apresenta aos nossos visitantes uma visão exclusiva dos bastidores de um dos casais mais célebres da 2ª. metade do século XX”, disse, Jan Mayer Diretor do Denver Art Museum: “Temos a honra de apresentar uma selecção tão monumental da história de Hollywood por meio desta exposição, ao mesmo tempo, em que mostramos a moda e tudo o que é necessário para a criação desses conjuntos maravilhosos e sofisticados. Estamos extremamente gratos a Cecilia Peck Voll por gentilmente presentear com 20 peças de vestuário inestimáveis da exposição para a colecção permanente do Museu de Denver, após o encerramento da mostra em Julho de 2021, e por compartilhar a sua colecção com o mundo pela primeira vez na nossa instituição de arte.”
Véronique Passani nasceu em Paris, França, em 1932, foi redactora do diário francês France Soir quando conheceu Gregory Peck aos 20 anos de idade. Véronique editava livros, apresentações teatrais e exposições.
As relações estreitas de Véronique com os costureiros, como Yves Saint Laurent, Pierre Cardin, Hubert de Givenchy e André Courrèges, assim como estrelas de Hollywood como a Princesa Grace do Mónaco, tornaram-na essencialmente uma embaixadora entre os costureiros da Europa e a elite de Hollywood.
Na sua actividade de jornalista, entrevistou celebridades, incluindo o general Eisenhower, Samuel Goldwyn, Albert Schweitzer e a escritora francesa Colette.
Gregory Peck, foi indiscutivelmente o mais célebre actor de Hollywood na época, estava a filmar “Roman Holiday” com Audrey Hepburn na Itália, quando foi entrevistado por Véronique para o France-Soir em Paris. O encontro representou o início de uma história de amor adequada para uma produção cinematográfica, culminando num casamento que durou quase cinco décadas até a morte de Gregory em 2003.
Gregory Peck nasceu em San Diego, na California, em 1916, foi um actor norte americano. Interpretou personagens de carácter nobre e corajoso, que lutam contra injustiças. O mais célebre desses é o advogado Atticus Finch do filme “O Sol é Para Todos”, em 1962, que lhe deu o Oscar de melhor actor e que foi escolhido o maior herói das telas pelo “American Film Institute”, em Maio de 2003, apenas duas semanas antes da sua morte. Presidiu à Academy de 1967 a 1970.
Gregory Peck foi um daqueles actores cuja voz marcante, elegância e autenticidade parecem hoje um segredo que morreu com a grande era clássica do cinema norte-americano. Peck encarnava o "homem verídico", o herói portador do ideal de verdade, típico do "american way of life" numa época em que as boas intenções andavam em baixa em Hollywood.
Mas, Gregory Peck parecia pertencer a uma outra época. Aliás firmou-se como guardião dos ideais (perdidos) do "american way" e, à medida que pôde começar a escolher os filmes que iria protagonizar, passou a ter cada vez mais papéis edificantes, personagens cuja decência e elegância já não podiam ser dissociadas da aura cultivada pelo actor californiano. Alto, elegante, discreto e sumamente decente, Peck, que aprendeu a gostar de cinema com a avó, parecia ter herdado a aura dos heróis clássicos hollywoodianos que tanto admirara na infância.
Quando Véronique se mudou de Paris para Hollywood em 1955, ela trouxe consigo uma elegância parisiense cheia de nuances tornando-se rapidamente numa das mulheres mais influentes de Hollywood. Enquanto Gregory defendia os direitos civis e a justiça social, por meio de filmes icónicos que condenavam o racismo, o anti-semitismo e a proliferação nuclear, Veronique apoiou vigorosamente o seu activismo e filantropia. Juntos, doaram e conseguiram milhões de dólares para a American Cancer Society, o Motion Picture and Television Fund, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o American Film Institute, o Los Angeles Music Center e a Biblioteca Pública de Los Angeles. Em 1967, com a angariação de fundos e o apoio apaixonado de Véronique ao Centro Cultural de Inner City, todo esse seu patrocínio contribuiu para que a ela fosse eleita "Mulher do Ano" pelo Los Angeles Times.
“Véronique foi, uma figura exemplar da moda com um guarda-roupa emblemático. A moda é uma grande componente da nossa cultura contemporânea e de como vemos o mundo. De Paris a Hollywood há um testemunho da história da moda e da capacidade de Véronique em se ter sabido manter no centro da moda e das novas tendências. Ela adquiriu uma colecção de mais de 300 vestidos de Alta-costura, que usou para ir aos Oscars, à Casa Branca, a estreias de filmes e a galas internacionais de Paris a Roma, Cannes, Nova Iorque e Los Angeles.
Foi realmente uma honra fazer a curadoria desta exposição com modelos e documentações da colecção Peck.” disse a curadora Müller.
“Paris para Hollywood” desenrola uma jornada romântica, ilustrando a vida dos Pecks como um casal, ao lado da relação única de Véronique com os costureiros mais conhecidos do século XX. Vários mestres da França, Itália, Estados Unidos e Reino Unido estarão representados no evento, incluindo Yves Saint Laurent, André Courrèges, Valentino, Balenciaga, Christian Dior, Givenchy, Moschino, Pucci, Guy Laroche, Thea Porter, Pierre Cardin, Jacques Griffe, Jean Louis Scherrer, Rudi Gernreich e Sonia Rykiel.
A exposição está dividida em nove secções organizadas temática e cronologicamente, apresentando marcos icónicos na história da moda, como os mini vestidos e casaquinhos de André Courrèges, cujo estilo futurista foi celebrado pelas revistas de moda em 1965 como a “bomba Courrèges”. Véronique é elogiada por apresentar Courrèges aos Estados Unidos da América na década de 1960. Uma selecção de vestidos, demonstram a meticulosa criatividade artística que envolveu a criação dessas peças e também revelam o talento de Véronique para escolher os melhores modelos dos designers, emblemáticos de cada estação e ocasião. O seu guarda-roupa - que inclui muitas amostras exclusivas dos desfiles de moda de Yves Saint Laurent e Givenchy foram uma prova de facto de que os principais costureiros a viam como uma embaixadora e influenciadora da moda do seu tempo.
A apresentação da mostra também inclui um dos smokings de Gregory Peck, além de clipes de filmes e fotografias de família nunca antes vistas.
“Quando os meus pais entravam numa sala, ninguém conseguia tirar os olhos deles. Eles criaram um charme próprio. Os olhos de Gregory estavam sempre na sua mulher. O seu estilo era um reflexo do seu amor. Graças a Christoph Heinrich e ao Denver Art Museum e especialmente o olhar extraordinário de Florence Müller, estou a compartilhar a alta costura da minha mãe Veronique com o público pela primeira vez. Tem sido uma jornada emocionante de descobertas para todos nós. " disse Cecilia Peck Voll. “
Um catálogo ilustrado a cores acompanha a mostra “Paris a Hollywood”, incluindo três ensaios e uma introdução da curadora Florence Müller, entrevistas com as amigas de Véronique Peck, Sharon Stone e Laura Dern, conduzidas por Müller. O catálogo também inclui as biografias de cada um dos 15 costureiros apresentados na exposição, escritos por Jane Burke, assistente curadora sénior de arte e moda têxtil do DAM. O catálogo conta com imagens de Alta Costura e peças de marcas notáveis, junto com uma selecção de fotografias de arquivo, documentos, esboços e imagens de família.
“Esta exposição é realmente uma oportunidade de conhecer melhor as várias décadas da moda e dos respectivos costureiros célebres. Espero que se veja como a Véronique admirava a moda, que é realmente uma expressão artística do design.” disse Florence Müller, curadora de Arte Têxtil e Moda da Avenir Foundation do Denver Art Museum.
O que torna notável esta exposição não é só a extraordinária colecção de peças de vestuário e acessórios, mas também a documentação pouco divulgada que esteve na origem desses modelos, constituídos por desenhos e objectos dos vários costureiros.
Theresa Bêco de Lobo
![]() Exposição no Denver Art Museum. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. |
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![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum |
![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum | ![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. |
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![]() Vista Geral da Exposição. Cortesia do Denver Art Museum. | ![]() Vista Geral da Exposição. |