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Artes Plásticas I O adeus de Paula Rego

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Paula Rego no atelier londrino

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Aspecto do atelier

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Desenho de Paula Rego

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Paula rego junto de painel

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Painel sobre o fogo

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Azulejo o Fogo

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Conto de Jane Austen

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Paula Rego entrevistada por António Brás no Palácio de Fronteira

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Exposição de Paula Rego

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(Gostava de ilustrar de uma obra de Rodrigues Miguens)

O universo de uma das maiores artistas plásticas do século XX pode ser observado, em alguns museus ao longo do País, através dos seus óleos, colagens, aguarelas, desenhos, litografias e azulejos.

Porto, Lisboa, Cascais, Ponta Delgada são algumas das cidades que homenageam Paulo Rego através de exposição das suas obras verdadeiramente excepcionais.

A pintora surpreende-nos com as suas obras onde nos dá um retrato do seu (nosso) quotidiano actual, nimbado de angústias, inquietações, delírios, disfarces, solidão e violência.

No Palácio de Belém destaca-se a capela com um conjunto de obras de Paula Rego. A pintora baseou-se no Ciclo da Vida da Virgem para criar 8 pastéis sobre a Anunciação, Natividade, Adoração, Purificação, Fuga para o Egipto, Lamentação, Pietá e Assumção.

O convite partiu de Jorge Sampaio , quando nosso Presidente da Républica visitou em Fevereiro de 2002 o atelier da artista em Londres.

Paula Rego aceitou de imediato a proposta, e num gesto de invulgar patriotismo ofereceu os quadros ao Estado. Antes de virem para o nosso País, as obras estiveram patentes na Tate Gallery, em Londres. No fim da mostra o director da instituição declarou “que os trabalhos não deveriam, dado o seu grande valor artístico, sair de Inglaterra”. O interesse suscitado foi tal que Paula Rego recebeu já a encomenda para decorar uma igreja inglesa.

A capela do Palácio de Belém foi restaurada sob a supervisão do arquitecto João Nascimento, que criou nichos e iluminação especiais para os oito quadros. Os pastéis são as principais peças da Presidência da República, sendo considerados uma obra-prima da arte portuguesa”.

Retrospectiva

A Fundação de Serralves preserva um conjunto de obras da artista. Em 2003 organizou uma grande retrospectiva da pintora. A mostra cobriu toda produção de Paula Rego, sendo composta por obras, datadas de 1996 a 2004, provenientes de instituições públicas e privadas nacionais e estrangeiras”.

A presença de Paula Rego nas instituições portugueses tem vindo a acentuar-se.

A Casa das Histórias, em Cascais, preserva um espólio fundamental da artista, onde se destaca o desenho.

Os museus do Chiado e o Centro de Arte Arte Moderna da Gulbenkian e a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, em Lisboa, detém obras de grande valor. O mesmo acontece com a extinta Fundação Berardo no CCB.

No mercado galerista e leiloeiro as obras de Paula Rego são um investimento seguro, mas elevado. Nos últimos anos Paula Rego tornou-se, com efeito, uma das artistas mais bem cotadas entre nós. Ao longo deste ano diversas leiloeiras da capital preparam-se para levar à praça obras da artista por centenas de milhares de euros.

Preciso de Portugal

Paula Rego desloca-se frequentemente a Portugal, ficando instalada na sua moradia no Estoril. “Possuo cá um atelier, mas apenas o utilizo para fazer azulejos, o resto é todo em Londres”, especifica-nos numa entrevista em 2003.

A pintora dedicou-se à azulejaria desde os Anos 80, tendo realizado diversas obras em parceria com a Galeria Ratton, em Lisboa. A úlima encomenda foi o painel sobre o Fogo, patente nos jardins do Palácio Fronteira.

“Trabalho muito com modelos portugueses e quando estou a pintar gosto de ouvir fados de Amália, Marceneiro e Katia Guerreiro, uma clássica com uma voz lindíssima. Mas quando trabalho com as minhas netas como modelos acabo por ouvir Madonna e Pink”.

Paula Rego ilustrou O Crime de Padre Amaro de Eça de Queiroz. “Gostei muito e adoraria, igualmente, de fazer o mesmo com um romance de José Rodrigues Miguéis, cuja obra aprecio bastante”, revela-nos.

A pintora também realizou litografias baseados na história de Jane Eyre, personagem da escritora inglesa Charlotte Bronte. Neles, grupos de crianças desempenham um papel fundamental como provocadoras de jogos e comportamentos de grande expressividade.

A artista, nascida em 1935, e residente em Londres desde os anos 60, era uma trabalhadora incansável. “Levanto-me as sete horas, oiço a BBC e apanho autocarro. No caminho compro o almoço, constituído por salada e uma coca-cola. Chego ao atelier às 9, onde fico a trabalhar até as seis , sete horas”, realçou.

“Gosto de estar no atelier junto do meus trabalhos, mas gostava de pintar mais e melhor”, confidenciou-nos.

António Brás

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