
Museu Tavares Proença I O Espaço das Colchas de Castelo Branco
![]() Colcha com a Árvore da Vida | ![]() Colcha com pássaros | ![]() O dinamismo do bordado |
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![]() Colcha com os cinco sentidos | ![]() Colcha com noivos e cavaleiros | ![]() Com flores e invulgar azul |
![]() A Árvore da Vida impactante | ![]() Pormenos com romã | ![]() Nicho de colcha com casal de noivos |
Fundado em 1910, o museu tornou-se em 1974 o grande protector das célebres colchas de Castelo Branco. Nesse ano, a Oficina-Escola de Bordados Regionais de Castelo Branco foi integrada nos quadros do museu e no percurso dos visitantes, um caso único entre nós. A manufactura esteve décadas na alçada da Mocidade Feminina, entretanto extinta. O decreto-lei salienta o “reconhecido valor artístico com o objectivo de produzir, consertar, restaurar e divulgar os bordados regionais, o estudo e o aperfeiçoamento e as técnicas dos bordados.
Actualmente, e após grandes obras, o museu apresenta exposições sobre o bispado de Castelo Branco, a arqueologia da região, a arte moderna portuguesa e as colchas, o núcleo cimeiro da instituição.
A chamada oficina-escola tem três bordaduras a trabalhar em tempo inteiro. Dedicam-se à manufacturas de colchas e painéis bordados a seda sobre linho artesanal a partir de desenhos tradicionais. Ao mesmo tempo dedicam-se a restauros de colchas para museus e particulares.
Longa história
Os anos 70 foram de grande importância para o Museu Tavares Proença.
Em 1971 foi instalado no antigo Paço Episcopal, totalmente restaurado pelo Estado. Na época as colecções eram constituídas por arqueologia, tapeçarias flamengas, pinturas antigas, e uma única colcha de Castelo Branco.
O museu conhece na direcção do poeta António Salvado, 1974-1990, um período de grande activdade. Os recursos humanos aumentam consideravelmente, o acervo cresceu fortemente, levando-o a tornar-se o grande, e único, centro cultural de Castelo Branco.
As incorporações de obras de arte são fortemente incrementadas.
« A colecção de arte moderna portuguesa foi praticamente oferecida , ou comprada por valor simbólico, havendo obras de grande valor, caso de um conjunto de telas de Noronha da Costa denominado de o Mar Português”, disse-nos António Salvado.
O núcleo central do museu era a coleccão de arqueologia, constituída por cerca de três mil espécies, fundamentalmente da região. O recheio do paço, fundamentalmente tapeçaria flamengas do século XVI, retratos de bispos e da Casa de Bragança e óleos religiosas era ouro núcleo.
As colchas de Castelo afirmam-se como outra colecção cimeira, havendo cerca de 50 exemplares, as mais antigas doadas pela família de Ernesto Vilhena e as restantes do espólio da própria oficina.
“As bordaduras fizeram dezenas de colchas, parte eram vendidas, mas outras integram o acervo do museu. Foi um enriquecimento fundamental”, sublinha António Salvado.
Colecção única
Na actualidade, o museu preserva o maior núcleo de colchas de Castelo Branco existente em Portugal, com exemplares do século XVIII aos nossos dias, oferecendo-nos uma retrospectiva desse bordado.
A colecção tem vindo a ser engrandecida por algumas aquisições e inúmeras doações. Em 2011/12, os herdeiros do Engenheiro José Pereira Brás ofereceram 4 colchas de invulgar qualidade.
Os têxteis de Castelo Branco surgiram no século XVII, havendo uma clara influência oriental.
As colchas, nitidamente de execução popular, tem motivos florais, aves, de noivado e dos sentidos, num grande e vivo cromatismo.
A Oficina-Escola preserva as técnicas seculares que urge manter, desenvolver e divulgar como um produto genuinamente português.
António Brás