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Museu dos Biscainhos I Uma casa senhorial setecentista

Jardim Barroco

Fachada lateral

Alas nascente e poente

Pormenor das cantarias de 1700

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Aspecto dos edifícios do solar

Átrio com figuras de convite

Azulejos galantes

Painéis azulejares de mestre

Sala de jantar D. Maria

Pormenor do Salão de Música

Sala do Oratório

Sala do Estrado

Grande cozinha

No centro-histórico de Braga, destaca-se o Museu dos Biscainhos, inserido num complexo patrimonial único (imóvel e jardins), que  se encontra classificado como património de interesse publico, desde 1949.

 

No centro-histórico de Braga destaca-se o Museu dos Biscainhos, inserido num complexo patrimonial único (imóvel e jardins), que  se encontra classificado como património de interesse publico, desde 1949 . 

O museu preserva uma colecção de artes decorativas como:  mobiliário, cerâmica portuguesa, europeia e chinesa, vidros, têxteis, pinturas, ourivesaria, metais, escultura, desenho, gravura, meios de transporte e etnografia, de origem portuguesa e europeia, dos séculos XVII ao XIX. 

Os espaços de exposição distribuem-se pela ala poente e nascente do histórico solar, sendo que neste momento o museu esta iniciar obras de requalificação de todo o imóvel que irá abrir integralmente ao publico nos próximos anos.

No primeiro piso, o de serventia, visitante percorre o átrio, recebido por figuras de convite em granito, onde se apresentam uma liteira e uma cadeirinha. Seguem-se as amplas cavalariças com interessantes ornamentações em ferro nas boxes dos cinco cavalos. Passando pelas portas carrais abre-se um luminoso pátio/terreiro que dá acesso ao grande jardim, com cerca de 1 hectare, preservando a sua traça barroca, e dividindo-se em terraços: Jardim formal, Pomar e Horta, com lagos, esculturas e uma biodiversidade rica. Destaca-se o Tulipeiro da virginia, com cerca de 300 anos, e classificado como património de interesse público, desde 2010.  

Ainda neste piso, temos acesso à cozinha, vasta e luminosa, integra armários, tanques, mesas e uma enorme bateria em cobre.

 

Andar-nobre

 

Ao subirmos a escadaria contemplam-se painéis de azulejo figurativos joaninos, atribuíveis a António Vital Rifarto.

 

O andar-nobre revela-nos a sumptuosidade dos espaços com decorações em estuque e pinturas neoclássicas, e um requinte ao nível do mobiliário, têxteis, cerâmicas e vidros de origem nacional e europeia.

O visitante percorre a Sala de Entrada ou do Lanternim, onde os visitantes aguardavam serem recebidos pelos donos da casa. As paredes são estucadas e marmoreados a vermelho, observam-se, ainda, três bancos e um arquibanco do século XVIII.

Ao entrarmos no Salão-Nobre, espaço de pompa e esplendor, com magníficos azulejos galantes atribuídos ao misterioso mestre P.M.P. O tecto pintado de grande impacto e beleza, datado de 1724, é uma homenagem ao Beato Miguel de Carvalho, jesuíta martirizado no Japão, e antepassado da família que habitou o palácio.

Retratos a óleo setecentistas de membros da Casa de Bragança suspendem-se nas paredes.

 

A Sala do Oratório reflecte a forte religiosidade da época, havendo no solar uma capela neoclássica fora do circuito de visita.

 

O espaço tem um oratório monástico barroco, um bufete e diversas cadeiras. Nas paredes pinturas sacras, destacando-se uma Nossa Senhora da Conceição, séc. XVII (já não se encontra nesta sala) Na imaginária um cruxifixo de pé, em marfim, indo português, do século XVIII.

 

Ao percorrermos a Sala do Estrado contemplamos móveis acharoados, porcelanas Ming, um contador de estrado indo-português, faianças portuguesas, pinturas religiosas e uma natureza-morta flamenga. Este interior recria uma ambiência seiscentista, “onde as damas da casa, as filhas, criadas e escravas passavam o dia, sentadas, fiando, bordando e conversando”, escreve Teresa Almeida de Eça,  técnica superiora do museu.

 

O Salão de Música e de Jogos reflecte a confraternização que mudou os hábitos em meados de 1700.

 

Inúmeras cadeiras, mesas de chá e de jogo, bufetes cobertos a damasco, pianos, uma cómoda D. José, porcelanas da Companhia das Índias, vidros, pinturas religiosas e retratos, espelhos e algumas pratas, criam um ambiente palaciano onde se jogava, cantava e conversava.

 

O chamado gabinete é um local masculino, local de administração e leitura. Todas as casas – nobres tinham uma biblioteca, denominada de Livraria, onde se conserva o cartório, conjunto de documentos sobre o património e administração da família.

 

Podemos observar um conjunto de canapé e cadeiras de estilo Luís XVI, uma papeleira D. José, diversas gravuras e pinturas dos séculos XVII e XVIII.

 

A Sala de Jantar, com azulejos, pinturas murais e mobiliário da época D. Maria, é um espaço emblemático do museu. Nela observamos inúmeras travessas, terrinas, pratos e saleiros da Companhia das índias, serviços de chá, serpentinas, faqueiros e “samovares” em prata.

Seguimos para uma zona do claustro, sabiamente reconstruído em 1965, que dá acesso aos quartos da casa, com pinturas parietais Império, e mobiliário D. Maria, colchas de Castelo Branco, cofre indo-português e pinturas religiosas.

    

Acervo ecléctico

O Museu dos Biscainhos preserva um acervo eclético, fruto de três grandes legados, algumas aquisições e depósitos dos museus D. Diogo de Sousa e Etnologia do Porto.

 

Nele sobressaem as artes decorativas, embora guarde, igualmente, esculturas portuguesas e de influência oriental, essencialmente do período barroco, bem como pinturas religiosas, retratos e naturezas-mortas.

 

Na ourivesaria realça-se um conjunto de jóias dos séculos XVII ao XIX. Paralelamente revelam-se faianças portuguesas, abrangendo os principais centros de produção do País, bem como porcelanas da China, latões, estanhos, mobiliário português e oriental, e alguns têxteis, caso duma casula em veludo e seda italianos do século XV e bordados flamengos da centúria seguinte.

 

Nas reservas guardam-se desenhos e gravuras, objectos etnográficos, indumentária-nobre, pinturas contemporâneas, inúmero mobiliário dos séculos XVII/XX, e algum espólio documental.

 

Instalado num antigo palácio edificado nos séculos XVII e XVIII, outrora propriedade dos Viscondes de Paço de Nespereira, dispõe também de uma biblioteca especializada em arte, uma loja e um vasto jardim, extremamente bem cuidado, com árvores, entre as quais um tulipeiro plantado no século XVIII, lagos e esculturas centenárias.

 

O imóvel foi adquirido pela Junta Distrital de Braga, sofreu grandes obras e recuperação da sua traça original. 

 

A inauguração Museu dos Biscainhos ocorreu em 1978. Na época tinha um acervo muito limitado, onde as cópias de móveis e tapetes de Arraiolos predominavam, mas tudo se alterou.

   

 

Dinamismo

O museu tem vindo a afirmar-se na actualidade com um dinamismo invulgar.

 

O serviço educativo, coordenado por Filipe Ferreira, realiza criativas visitas guiadas para todos os públicos e inúmeros vídeos sobre a instituição, onde valoriza o acervo, a história e as vivências.

 

A responsável pelas colecções, Teresa de Almeida d`Eça, tem vindo a estudar e destacar inúmeros núcleos, caso do mais importante conjunto de brinquedos propriedade do Estado.

 

António Brás

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