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Diário da 7ª. Marquesa de Fronteira I Um trabalho entusiasmante

Diário da Marquesa

Palácio Fronteira

Escadaria nobre

Biblioteca

Salão de Baile

Sala de Jantar

Sala Império

Painel setecentista

Azulejaria Satírica

A edição do Diário de D. Maria Constança da Câmara, 7ª. Marquesa de Fronteira, chama a atenção para a importância da memória no feminino.

No imaginário nacional, a Casa Fronteira simboliza um dos mais importantes palácios portugueses dos séculos XVII e XVIII, hoje administrado por uma fundação detentora de extenso património cultural e fundiário.

Nela foram-se acumulando ao longo dos séculos um acervo de grande raridade.  

Nos arquivos da Casa Fronteira, o historiador Pedro Urbano deparou-se com quatro volumes manuscritos da autoria da VII Marquesa de Fronteira.  Tratavam-se dos Díários, escritos entre 1826 e 1842 por D. Maria Constança da Câmara que casou em 1821 com D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto, VII  Marquês de Fonteira, VIII Conde da Torre , VIII Conde de Coculim e X Conde de Assumar. 

O Diário foi redigido no exílio do casal na Europa, especialmente em França e Itália, devido às guerras entre liberais e absolutistas. A sua escrita é pontuada por fortes preocupações relacionadas com a instabilidade política portuguesa, com as relações familiares, o quotidiano, as viagens, as leitura e as festas. 

 

Relato vivo

A Marquesa de Fonteira oferece-nos uma crónica pormenorizada do quotidiano da nobreza revelando ainda um olhar arguto sobre a Europa desse tempo.

A escrita revela-se mordaz, contundente e opinativa, facto curioso numa sociedade em que o papel da mulher era desvalorizado. 

A energia e a perserverança são caraterísticas que marcam a actuação da Marquesa.

A sobrevivência do Diário torna-o um documento único sobre a memória escrita no feminino desse tempo.

 

Casa Fronteira

A Marquesa de Fronteira regressa a Portugal em 1842. Fixa-se em Lisboa, levando uma vivência resguardada, típica da nobreza portuguesa de então. Não se conhecem escritos desses anos tudo levando a crer que os não fez.

D. Constança da Câmara desaparece em 1860 emersa no ambiente requintado, mas bem português, do Palácio Fronteira.

Na actualidade, o ímóvel tornou-se um museu que deslumbra os milhares de visitantes com os seus magníficos jardins e salões. 

Os azulejos reflectem o melhor que se produziu entre nós nos séculos XVII e XVIII onde sobressaem os temas mitológicos (antiguidade clássica), guerreiros (Restauração de 1640) e familiares (retratos de diversos membros do clã).

Nos interiores os estuques pombalinos, as pinturas barrocas, os painéis azulejares criam uma ambiência única. O valioso acervo decorativo, apesar das partilhas no século XX, é constituido por uma galeria de retratos onde se destacam obras de El Greco, Pelegrini, Silvanni e António Soares, um contador de capela indo-português, porcelanas da China e europeiras, colchas orientais, imaginária sacra, uma biblioteca e arquivo.

A Casa Fronteira revela-se, juntamente com a Casa de Mateus, um caso único entre nós de conservação, preservação e valorizaçaõ.

 

António Brás

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