
Lacloche I Joalheiros Parisienses 1892/1967
![]() Cartaz da Exposição: “LACLOCHE, JOALHEIROS PARISIENSES, 1892/1967”. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. | ![]() Vanity Case (cerca 1905). Ouro amarelo, crisoberilo de olho de gato, rubi e diamante. Fotografia: Picspark company. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Liang Yi Museum, Hong Kong. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. | ![]() Relógio Pendente 1908. Platina e ouro, cristal de rocha esculpido, pérola, diamante, miniatura pintada em alabastro e mostrador coberto com ametista. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Vacheron Constantin Heritage Collection. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. |
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![]() Clip (cerca 1925). Platina, esmalte, rubi e diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. | ![]() Pulseira, (cerca 1925). Platina e ouro branco, rubi, esmeralda e diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. | ![]() Vanity -Case “Porta Imperial” (cerca 1920). Platina e ouro, laca, jade e diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. |
![]() Pulseira,1925. Platina, rubi, ônix e diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. | ![]() Alfinete (cerca 1925). Platina, rubi, safira, esmeralda e corte em baguetes de diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. | ![]() Pulseira (1928/1930). Platina, esmeraldas e diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Crédito da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. |
![]() Pulseira de Punho, 1930. Platina e diamante Fotografia: Benjamin Chelly. Créditos da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia Stephen Russell, New York. | ![]() Pulseira de Punho, 1937. Ouro branco e amarelo, prata e topázio. Fotografia: Benjamin Chelly. Créditos da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Particular. Cortesia Stephen Russell, New York. | ![]() Colar "Fringe", (cerca 1950). Ouro amarelo, esmeraldas e diamantes. Fotografia: Benjamin Chelly. Créditos da imagem: © L’ÉCOLE Van Cleef & Arpels. Colecção Torroni SA Collection. Cortesia Stephen Russell, New York. |
L'ÉCOLE CELEBRA 10º ANIVERSÁRIO COM A EXPOSIÇÃO
"LACLOCHE, JOALHEIROS PARISIENSES, 1892/ 1967"
A L'ÉCOLE deu início às celebrações do seu 10º aniversário com uma série de actividades em todo o mundo, incluindo o lançamento da quarta exposição da L'ÉCOLE Asia Pacific, "Lacloche, Joalheiros Parisienses, 1892/1967" de 22 de Novembro de 2021 a 6 de Abril de 2022 em Hong Kong, a única escola de joalharia permanente fora de Paris, desde 2019.
A mostra apresenta jóias de alta qualidade e objectos preciosos da Joalharia Parisiense Lacloche mostrando design e artesanato inovador e intemporal na mostra de Hong Kong. Com o apoio de Van Cleef & Arpels, a L'ÉCOLE, School of Jewelry Arts, que abriu as suas portas na Place Vendôme em 2012, revela o enorme e encantador mundo da joalharia.
"Após dois anos desde a abertura da L'ÉCOLE Asia Pacific em Hong Kong, estamos entusiasmados por fazer parte do evento cultural da cidade, assim como um marco importante entre os momentos-chave do 10º aniversário da L'ÉCOLE em 2022", disse Élise Gonnet-Pon, Directora Geral da L'ÉCOLE Asia Pacific, School of Jewelry Arts. Para além dos nossos cursos regulares sobre as artes da joalharia, uma exposição como 'Lacloche' exemplifica todos os aspectos das nossas iniciativas educacionais: visitas diárias e guiadas à exposição e visitas familiares especiais para todas as idades; conferências no local e online com interpretação disponível para conhecer a história dos joalheiros Lacloche, com o nosso historiador de arte para explorar o contexto estético da exposição, e a publicação Lacloche Joailliers, a única monografia dedicada a esta joalharia".
A exposição "Lacloche, joalharia parisiense, 1892/1967" irá iluminar a empresa Lacloche, há muito esquecida em Paris. A mostra monográfica apresenta a mestria da técnica e o gosto impecável de um dos topos da alta joalharia antes do seu encerramento nos Anos 60.
Lacloche foi fundada em 1892 com um início modesto e abriu as suas primeiras instalações no prestigioso endereço da Rue de la Paix em 1901, ao lado de grandes joalharias como Cartier e Van Cleef & Arpels. Na década de 1920, Lacloche tornou-se conhecida na vanguarda do movimento Art Deco; e destacou-se como um dos Joalheiros mais venerados de ambos os lados do Oceano Atlântico durante a primeira metade do século XX, servindo uma vasta, prestigiada e internacional clientela, incluindo a realeza europeia e estrelas de Hollywood. Apesar do seu abandono do mundo do brilho para se aventurarem no mundo da arte e do design contemporâneo nos Anos 60, as inovações e criações do joalheiro continuam a cativar o público actual.
Reunindo de todo o mundo mais de 40 peças de jóias raras, relógios preciosos, caixas e estojos de vanity, da empresa Lacloche, a retrospectiva destaca várias movimentos artísticos, incluindo o naturalismo da Art Nouveau, Egiptomania e a tendência para o Extremo Oriente durante os Anos 20 e o modernismo da Art Deco.
"Com documentos de arquivo limitados e incompletos disponíveis em Lacloche, a recolha de informação para contar a história da joalharia exigiu um grande trabalho de investigação", observou Laurence Mouillefarine, jornalista e curadora de exposições. "Com o total apoio de L'ÉCOLE, temos o prazer de poder dar vida a esta mostra e até dedicar um livro monográfico Lacloche Joailliers a este joalheiro icónico. Estamos felizes com a exposição, que é aberta ao público com visitas guiadas e disponíveis em Inglês, Cantonês e Mandarim”. O guia áudio está disponível no local e em linha, com a versão inglesa narrada por um dos ícones da Ásia, a parisiense Joyce Ma.
"A Exposição Lacloche, joalharia parisiense é uma exposição que revela um novo olhar sobre o epítome do luxo e da estética europeia", observou Joyce Ma. "Espero que os visitantes se divirtam tanto como eu ao descobrir e aprender sobre o estilo intemporal, a criação e a influência de Lacloche".
Irão ser realizadas conferências no recinto da exposição em Hong Kong e ainda uma conversa presencial à noite "A Saga dos Joalheiros Lacloche", proferida por Nicolas Luchsinger, Presidente da Van Cleef & Arpels Asia Pacific, Director da Colecção "Heritage", e Mathilde Rondouin, Historiadora de Arte, Especialista em Jóias e conferencista da L'ÉCOLE Asia Pacific.
Na mostra as jóias são expostas através vários temas:
Flora e Fauna
Paris no final do século XIX ofereceu ao recém estabelecido Joalheiro Laclohe, um terreno fértil de elementos de flora e fauna para inspiração das suas peças. Nesta secção estão expostas jóias, que ilustram a combinação da arte de Lacloche Frère e o seu gosto pelo naturalismo. Foram atraídos pelo estilo Art Nouveau, sinónimo de modernidade e celebrando a beleza da natureza. Nesta secção, destaca-se a “vanity case” em forma de Mocho.
Relógios Preciosos
A platina, apreciada pela sua excepcional resistência e maleabilidade, tornou-se o metal de eleição na fixação de materiais delicados. Para além da requintada beleza das peças exibidas, pode-se apreciar o notável pendente com relógio e com o mostrador coberto com um ametista, que a pintora Fernand Paillet intitulou Ninfas por (Nymphe lutinée par les amours).
O Sabor da Pérsia e do Egipto
Constantemente em busca de novas inspirações, os joalheiros da época mergulharam alegremente nos movimentos artísticos para dar vida aos seus estojos de vaidade, incluindo influências da Pérsia e do Egipto. Por exemplo, as peças de joalharia eram adornadas com palmetas, folhagem, cipreste, e muitos outros motivos influenciados das pinturas em miniatura e dos tapetes persas.
Na exposição salienta-se a pequena peça de joalharia, que ilustra a delicada beleza típica das criações de Lacloche Frère. A forma de um clip, que salienta uma palmeta oriental.
Inspiração da China e do Japão
Durante a década de 1920, as artes decorativas e a joalharia começaram a absorver as influências do Extremo Oriente com grande gosto, como a pulseira (cerca 1925) altamente romântica, que é notável pelo trabalho das pedras lapidadas.
Fascínio pelo Jade
Nos Anos 20, a atracção pelo Extremo Oriente espalhou-se no Ocidente, assim como, no mundo da joalharia, esse gosto surgia muito em algumas peças. Nesta secção pode-se destacar o estojo de vaidade “Porta Imperial” (cerca 1920), em platina e ouro, laca, jade e diamantes. Este objecto, foi criado por Strauss Allard Meyer e foi oferecido exclusivamente à Lacloche Frère. Concebido para ficar sobre uma mesa, este belo acessório tornou-se numa numa magnifica peça decorativa.
Rendez vous na Exposição Internacional de 1925
O prestígio artístico de Paris brilhava intensamente em Abril de 1925, quando a capital inaugurou a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, um evento que entraria para a história, como uma grande influência de mudança nas formas artísticas e no design que deram o nome à Art Deco.
Nesta secção encontra-se a pulseira de 1925, em platina, rubis, onix e diamantes, que foi exposta no stand da Lacloche Frères na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas em Paris, em 1925. A família que adquiriu esta peça de joalharia nesta ocasião manteve-a na sua posse até há pouco tempo.
Das Cores ao Branco Glorioso
Na primeira metade da década de 1920, as jóias destacavam-se pela sua policromia. No entanto, no final da década, as cores baixaram. Era o alvorecer da jóia branca, onde colares, pulseiras e alfinetes eram colocados apenas diamantes.
Na exposição desta-se o alfinete de (cerca 1925), o giardinetto (ou 'pequeno jardim' em italiano) é um estilo comum da Art Deco clássica. O mesmo motivo já tinha sido apreciado pelas Artes Decorativas Francesas no século XVIII.
Art Deco: Da Floral à Geometria
O estilo Art Deco, seja na arquitectura, mobiliário ou jóias, responde a duas tendências estéticas, nomeadamente a figuração e a abstracção.
De destacar na mostra a pulseira de 1928/1930, em platina, esmeraldas e diamantes, cortados em forma de baguete, ou ainda mais invulgares, em forma de bala alongada.
Modernismo Audacioso
Embora a geometria seja a linguagem da modernidade, pode-se admirar nesta secção uma peça original de joalharia, que nasceu em 1930: a pulseira de punho, em platina e diamantes. com uma aparência volumosa, escultórica e arquitectónica.
Com grande técnica, o joalheiro jogou com diferentes cortes de diamantes: hexagonal, quadrado, e em baguetes. Esta peça de joalharia foi apresentada na edição de Harper's Bazaar de Dezembro de 1930.
Jóias Desportivas
Durante a Primeira Guerra Mundial, as jóias das mulheres com pedras preciosas foram substituídas por pedras duras, que eram menos formais, ofereciam uma grande variedade de cores e estilos com um valor mais acessível.
Nesta secção é destacar a pulseira de 1937, em ouro branco e amarelo, prata e topázio foi assinada por J Lacloche /Cannes e feita por Lucien Girard. As pedras, montadas em dois clips amovíveis. As pedras eram colocadas conforme a cor da roupa do utilizador, esta pulseira poderia ser adornada com outras pedras preciosas.
Voltar ao Ouro
Como resultado do crash da Bolsa de Nova Iorque de 1929, seguido pela Segunda Guerra Mundial e dez anos mais tarde, a platina era altamente cara e o ouro era portanto utilizado para algumas peças de joalharia. As pedras finas, então chamadas "pedras semipreciosas", eram valorizadas pela sua paleta aparentemente infinita.
Na mostra evidencia-se o Colar "Fringe", (cerca 1950), em ouro amarelo, esmeraldas e diamantes. Esta peça foi um presente de Si Brahim el Glaoui, o filho do Pacha de Marrakech, à actriz francesa Isabelle Aubry, com quem se casou em 1956.
Durante décadas, a Maison Lacloche atraiu uma enorme, prestigiada e internacional clientela e mais tarde em ambos os lados do Atlântico, entre as Casas Reais europeias e as estrelas de Hollywood, com as suas deslumbrantes edições com jóias na vanguarda do movimento Art Deco.
A exposição monográfica mostra a mestria da técnica e o gosto impecável de um dos topos da alta joalharia, antes do encerramento da Empresa nos Anos 60.
Theresa Bêco de Lobo