Através de um artesanato requintado, bordados luxuosos, e técnicas de costura não conven-cionais, a designer de moda Guo Pei cria colecções de Alta-Costura com um  talento que junta as influências do passado imperial da China com a arte de exportação, a grandeza da vida da corte europeia, a arquitectura, e o mundo botânico. 

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A “Legion of Honor dos Fine Arts Museums of San Francisco” tem o prazer de apresentar os extraordinários modelos de Guo Pei, agora expostos numa mostra de excelencia: “Guo Pei: Fantasia na Alta-Costura”, a primeira exposição abrangente do seu trabalho pioneiro. O evento inclui mais de 80 conjuntos das últimas duas décadas, destacando as colecções de moda mais importantes de Pei, apresentadas nas “passareles” de Pequim e Paris, incluindo muitos modelos, que nunca antes foram mostrados ao público. A exposição é apresentada exclusivamente na Legion of Honor.

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"Inspirando-se nas tradições artísticas europeias e chinesas, as criações de Guo Pei valoriza as fronteiras entre arte e moda. Exibidas num contexto arquitectónico neoclássico nos museus de são Francisco, no meio da nossa colecção de arte europeia, as criações de Guo Pei irão permitir, que os visitantes possam admirar os laços históricos entre a China e o Ocidente. São Francisco, com a posição na Orla do Pacífico e com o significativo património chinês, é um local indicado para estrear a primeira grande exposição museológica sobre a obra de Guo Pei e, nisso, temos então o maior prazer em apresentar os seus requintados modelos ao público americano", afirmou Thomas P. Campbell, Director e CEO dos Fine Arts Museums of San Francisco. 

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A mostra destaca a carreira de Guo Pei, como a primeira "couturier" da China. “Fantasia da Alta-Costura” é apresentada como parte do programa da exposição global do “Museums’ Costume and Textile” dos Fine Arts Museums of San Francisco, que destaca artistas e movimentos extraordinários que mudaram o curso da história da moda. 

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Acerca deste acontecimento, a artista e designer de moda Guo Pei, disse o seguinte: "Como criadora e artista, não há maior honra ou privilégio do que partilhar a minha criatividade com um público mais vasto. Sinto-me, portanto honrada, em apresentar uma retrospectiva da minha obra nos prestigiosos Museus de São Francisco. Ao fazê-lo, espero mostrar a maior consciência e compreensão da paixão da minha vida, e transmitir a cultura chinesa e tradições,  mostrando  a nova face da China contemporânea."

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As colecções de pintura e artes decorativas europeias dos museus de São Francisco estão expostas nas galerias concebidas em estilo neoclássico ao lado das criações de Pei no piso principal da Legion of Honor. Como metáfora para o mundo intercontinental em que vivemos, os modelos, opulentos e intrincados de Guo Pei estão expostos nestas galerias. Os diálogos criados realçam a natureza escultórica, e as referências históricas e iconográficas feitas pela designer de moda nas suas criações.

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Os exemplos incluem o vestido "Phoenix" da colecção “Lenda do Dragão” (2012) de Pei, a peça é apresentada pela artista, como convidada de honra na conhecida sala de recepção dourada francesa do museu, o "Salão Dourado". O majestoso conjunto dourado "Da Jin" ("Magnífico Ouro") da colecção Samsara (Ciclo Vital) (2006) ocupa um lugar central entre as obras de artes barrocas e “rocaile” francesas e italianas. Os vestidos da “colecção Lendas), inspirados na Abadia de St Gall, na Suíça, estão expostos ao lado de de santos e figuras de Nossa Senhora, notáveis que povoam a galeria medieval. Várias peças das colecções de Pei, “Encontro e Pátio de Justiça” (ambas em 2016) estão intercaladas nas galerias de pintura francesa e britânica e de Artes Decorativas, destacando a ressonância transcultural dos modelos de Guo Pei. Uma galeria é dedicada a uma apresentação especial que justapõe objectos das colecções de arte de exportação chinesa e “chinoiserie” europeia dos Fine Arts Museums of San Francisco, incluindo uma tapeçaria, vasos e um conjunto de chá, com o vestido "Porcelana" de Guo Pei da colecção das Mil e Duas Noites (2010). 

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No andar inferior, a apresentação continua nas galerias de exposições especiais, dedicadas a uma ou mais das principais colecções das” passerelles” da Guo Pei.

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A galeria de abertura, “Rosekrans Court”, oferece um cenário dramático para uma exploração da interacção entre o teatro e o design de figurinos à moda chinesa. Mostrada nas “passerelles”, como uma peça de teatro, “Uma Viagem Incrível num Sonho de Infância” (2008) foi criada quando Guo estava grávida do seu segundo filho. Para esta colecção, ela imaginou as bonecas da sua filha a ganharem vida. Estes modelos lúdicos revelam uma sobreposição de influências que definem a visão artística de Guo. Os vestidos de pregas apertadas, feitos a partir de pregas de “origami”, fazem referência à própria infância de Guo e aos brinquedos que ela fez e com os quais brincou durante a Revolução Cultural. A paleta de cores pastel deriva de modelos franceses do século XVIII; e os separadores bordados com fio metálico em relevo foram inspirados nos trajes de matador usados pelos toureiros espanhóis. 

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"Para Guo Pei, cada colecção começa com uma ideia filosófica, uma ideia para inspiração, desenhada a partir de uma enorme gama de fontes da sua vida pessoal e viagens, assim como arte e arquitectura, literatura e natureza. Estratos de significado e imagens formam uma técnica de superfícies opulentas impostas às silhuetas escultóricas", explica Jill D'Alessandro, curadora responsável pelo Costume and Textile Arts dos Fine Arts Museums of San Francisco. 

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Os motivos florais, associados às noções tradicionais de feminilidade, têm uma longa história nas artes decorativas e têxteis chineses e aparecem frequentemente nos modelos de Guo Pei. A galeria seguinte centra-se no mundo botânico através de duas colecções: “Jardim da Alma l” (2015) e “Elysium,” (2018).    

 

Guo Pei citou o ditado chinês "Há um reino numa flor; sabedoria numa folha" como a inspiração para “Jardim da Alma”. Ela explica ainda: "Acho sempre fascinante o poder da natureza, especialmente quando as flores estão a florescer", e faz comparações entre a alma humana e os jardins e a sua necessidade mútua de serem cultivados. Em “Elysium”, Guo Pei continuou a explorar a vida botânica, olhando não para as pétalas das flores, mas para as estruturas das raízes. "As raízes são a fonte da vida e vitalidade; sem raízes, não há vida", explica ela.

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Apesar de trabalhar na moda há décadas, Pei tornou-se  rapidamente célebre, pelo menos no Ocidente, quando Rihanna usou uma das magníficas criações de Pei para a inauguração da mostra "China": Através do "Looking Glass" no Met Gala em 2015. (A estrela disse ter descoberto Pei através do Google couture chinês). Este vestido icónico amarelo não está exposto em São Francisco, onde o foco está mais na forma, assim como no pessoal, que se liga com o histórico.

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Guo Pei

Pei nasceu em 1967. Desde jovem a sua imaginação foi alimentada por contos, do esplendor imperial, transmitidos pela sua avó. Formada no primeiro programa oficial de moda do país, a estilista recorre a referências históricas e técnicas tradicionais para realizar a sua visão romantizada do mundo. "Penso que é interessante que Pei tenha realmente usado a sua “passerelle” de alta-costura, como um instrumento de expressão artística", disse D'Alessandro. Ao mesmo tempo, Pei, que é por vezes referida como "a primeira costureira da China", e que apresentou colecções em Paris, vê-se a si própria como representante do seu país. "É minha responsabilidade fazer conhecer ao mundo a tradição e o passado da China, e dar ao esplendor da China uma nova expressão", disse Pei à Vanity Fair em 2015.

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CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO

Um catálogo notável acompanha “Guo Pei: Fantasia da Alta-Costura”. A publicação apresenta o artesanato consumado das peças de vestuário, os bordados luxuosos, e as técnicas de confecção não convencionais, todas elas marcas distintivas do trabalho de Guo Pei. Para além do seu esplendor visual, o livro apresenta um P&A com a designer; ensaios de Jill D'Alessandro, curadora responsável pelas Artes Visuais e Têxteis;Fen Huang, curadora assistente, Museu do Palácio Nacional de Taipei; e Anna Katharina Grasskamp, professora assistente, Academia de Artes Visuais, Universidade Baptista de Hong Kong.

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A mostra é organizada pelos Costume and Textile Arts.Museums dos Fine Arts Museums of San Francisco com o apoio significativo da Federação Asiática de Couture.

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“Guo Pei: Fantasia da Alta-Costura” convida os visitantes a viajar ao seu universo criativo com modelos expostos ao longo da colecção permanente e galerias de exposições especiais no Legion of Honor, transformando o museu num “Palácio de Alta-Costura”.

 

Theresa Bêco de Lobo