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A 94.ª Cerimónia dos Óscares

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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas entrega anualmente o mais conhecido e cobiçado prémio da indústria do cinema de Hollywood, o Oscar. Oferecido desde 1929, a honraria foi ideia de Louis B. Mayer, chefe do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Desde então, a premiação acumula recordes entre os seus vencedores (e também entre os perdedores). Marcas que entraram para a história do cinema, mas podem ser batidas a cada nova cerimónia.

O filme "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo", uma produção independente de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, venceu o Oscar de Melhor Filme, na 95.ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que aconteceu na madrugada do dia 13 de Março de 2023. 

O grande vencedor da noite foi sem dúvida: “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, da dupla The Daniels, que conquistou, além do Oscar de Melhor Filme, os Oscars de Melhor Realização, Melhor Actriz, Melhor Actor Secundário e Melhor Actriz Secundária, Melhor Argumento Original e Melhor Montagem, elevando assim para sete o número de estatuetas conquistadas. O filme liderava a corrida com 11 nomeações.

Brendan Fraser e Michelle Yeoh conquistaram os Oscars de melhores actores, o primeiro pelo desempenho em “A Baleia”, de Darren Aronofsky. A interpretação de Fraser já recebera este ano o prémio do Sindicato dos Atores, entre outras distinções. Já Michelle Yeoh foi distinguida pelo papel em “Tudo ao Mesmo Tempo em Todo o Lado”.

A actriz Jamie Lee Curtis ficou muito feliz por ter vencido o Oscar de Melhor Actriz Secundária, com o papel de Deirdre Beaubeirdra que já lhe tinha obtido um prémio do Sindicato dos Atores. 

Já Ke Huy Quan foi o primeiro actor de origem asiática a receber a distinção de melhor actor secundário e, num discurso emotivo, referiu que esteve num campo de refugiados e que agora estava “no maior palco de Hollywood. “Histórias como esta só acontecem em filmes. Não acredito que me está a acontecer a mim. Isto é o sonho americano”, acrescentou,

 

Luzes, câmaras, acção. Foi a grande noite do cinema e a festa fez-se também na passadeira "champanhe" à porta do Dolby Theatre, em Hollywood. Pela primeira vez em décadas, na 95.ª edição dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o “vermelho” do clássico tapete foi trocado pelo “champanhe”. Mas não se esperava menos do que o glamour de Hollywood nos coordenados das celebridades.

E cumpriu-se. A celebração foi também da moda, já que os Óscars representam um momento de promoção para o trabalho das casas de moda, que a troco de visibilidade na imprensa e nas redes sociais, vestem os nomeados da cerimónia. Nessa noite, destacou-se a Louis Vuitton, como a marca a vestir mais celebridades, a começar por Cate Blanchett.

A actriz, Blanchett, foi nomeada para Melhor Actriz e era conhecida por reaproveitar modelos antigos, numa aposta na sustentabilidade. Nos Bafta, reutilizou um vestido Maison Margiela, que já tinha usado em 2015. Desta vez, contudo, o modelo não esteve na reutilização, mas sim num vestido Louis Vuitton, em azul e preto, que não foi muito feliz.

Já Michelle Williams deslumbrou de forma angelical num modelo Chanel, em branco e repleto de brilhantes. Já Michelle Yeoh, que ganhou um Oscar, também apostou no branco, com um modelo da Dior, com uma clássica silhueta de princesa, onde as franjas marcam a diferença.

Nomeada, igualmente, para Melhor Actriz, Ana de Armas apresentou um brilhante vestido Louis Vuitton. Há quem diga que o modelo é uma homenagem a Marylin Monroe, que interpretou em Blonde. O modelo tem semelhanças com o polémico vestido de Monroe, que Kim Kardashian usou no Met Gala em 2022.

A contrastar com o branco de Williams e Yeoh, não faltou cor na passadeira ─ supõe-se que os designers de moda já estivessem a par da substituição do vermelho pelo champanhe. Stephanie Hsu em rosa Valentino, Angela Bassett em roxo Moschino ou Sandra Oh em laranja Giambattista Valli apostaram nas cores garridas, seguindo também as tendências desta estação.

Tendência nas passadeiras vermelhas tem sido, ainda, os volumes exagerados, como o modelo Florence Pugh, um dos destaques da noite em Valentino. O modelo é um contraste entre os minicalções pretos e o exagero do tafetá com uma longa cauda. Apesar de menos exagerado, é de destacar o modelo Prada de Hong Chau, que pediu para alterar a gola do vestido, para que prestasse uma homenagem ao traje mandarim.

Foi igualmente uma noite de sensualidade nas transparências e com Rihanna como rainha. A cantora estava nomeada para o seu primeiro Óscar por Melhor Canção Original em Black Panther: Wakanda para sempre. Depois de anunciar a segunda gravidez no Super Bowl, deslumbrou na passadeira com uma criação Alaïa, transparente na zona da barriguinha.

Lady Gaga também apostou na transparência com um modelo Versace acabado de sair da passerelle, numa colecção apresentada por Donatella VersaceLos. O vestido, com um soutien cónico, é justo e transparente até à zona da cintura descida, que abre numa saia rodada de tafetá.

Entre os homens, destaca-se Austin Butler, como um dos homens mais elegante com um fato Saint Laurent, que acompanhou com uns saltos, em homenagem a Elvis Presley, a que deu vida no cinema.

Depois de cerca de três horas de passadeira champanhe e outras tantas de cerimónia, fica para a história desta 95ª edição uma seleção de looks coloridos e alegres.

A Passadeira Champanhe tornou-se glamorosa e aliada com visuais elegantes, vaporosos e, na sua maioria, repletos de cor, com apontamentos de excentricidade pelo meio. 

Embora a gala dos Óscares seja uma grande noite de cinema, é também uma oportunidade para mostrar o melhor da moda e da alta costura.

Theresa Beco de Lobo

Entrega de Prémios