Na Primavera de 2023 o High Museum of Art, Atlanta apresenta uma exposição intitulada: “Evelyn Hofer: Os Olhos na Cidade”, organizada em colaboração com The Nelson-Atkins Museum of Art, em Kansas City. A mostra representa o primeiro grande evento museológico nos Estados Unidos. Hofer era uma fotógrafa altamente inovadora cujo trabalho pioneiro se estendeu por cinco décadas, mas que permaneceu abaixo do seu nível de reconhecimento durante a sua vida. A exposição centra-se na sua série de livros fotográficos dedicados às cidades europeias e americanas, publicados ao longo da década de 1960, e apresenta mais de 100 impressões “vintage” tanto a preto e branco como a cores dessas publicações. As obras são extraídas exclusivamente do espólio da artista e das colecções do High Museum of Art e do Nelson-Atkins Museum of Art. Após a sua apresentação no High Museum of Art  de 24 de Março a 13 de Agosto de 2023, a exposição deslocar-se-á ao Nelson-Atkins Museum of Art, onde estará patente de 16 de Setembro de 2023 a 11 de Fevereiro de 2024.

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Acerca da mostra, Julián Zugazagoitia, Director & CEO do Nelson-Atkins Museum of Art, disse "Estamos encantados pela oportunidade de apresentar este conjunto de fotografias pela primeira vez nas nossas instituições e de destacar as importantes contribuições artísticas de Hofer, incluindo como uma das primeiras a adoptar a fotografia a cores".

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"Tanto o High Museum of Art, como o Nelson-Atkins Museum of Art têm programas de fotografia muito apreciados, e participações significativas no trabalho de Hofer", disse Rand Suffolk, director do High Museum of Art .

 

Evelyn Hofer

Evelyn Hofer (americana, nascida na Alemanha, 1922-2009) foi uma fotógrafa altamente inovadora cuja carreira prolífica se estendeu por cinco décadas. Apesar da sua extraordinária produção, não foi muito reconhecida durante a sua vida e foi notoriamente referida pelo crítico de arte do New York Times, Hilton Kramer, que disse: "a fotógrafa desconhecida mais célebre da América". Hofer causou o seu maior impacto através de uma série de livros fotográficos, publicados ao longo dos Anos 60, dedicados a cidades europeias e americanas, incluindo Florença, Londres, Nova Iorque, Washington, DC, e Dublin, e um livro centrado em Espanha. A artista criou mais de uma centena de impressões vintage tanto a preto e branco como a cores. A mostra: “Os Olhos na Cidade”, é a primeira grande exposição da artista nos Estados Unidos em mais de cinquenta anos, e está organizada em torno dessas publicações. As fotografias apresentadas combinam paisagens e vistas arquitectónicas com retratos, transmitindo o carácter único e a personalidade destas capitais urbanas durante um período de intensas transformações estruturais, sociais e económicas após a Segunda Guerra Mundial.

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Esta exposição é co-organizada pelo High Museum of Art, Atlanta, com a colaboração do Nelson-Atkins Museum of Art, Kansas City, Missouri.

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Hofer nasceu na Alemanha em 1922, deixou a sua terra natal e partiu com a sua família para a Suíça em 1933, estabelecendo-se primeiro em Genebra, onde, na adolescência, estudou fotografia com Hans Finsler, um pioneiro do movimento "nova objectividade". Depois de algum tempo em Madrid, depois em Paris, Zurique e México, antes de finalmente se mudar para Nova Iorque em 1946. Quando chegou a esta cidade, começou a trabalhar com o director artístico Alexey Brodovitch para produzir ensaios fotográficos para a Harper's Bazaar. Rapidamente expandiu a sua prática e tornou-se uma reconhecida fotógrafa editorial.

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Embora celebrada pelo seu trabalho editorial, Hofer nunca recebeu grande reconhecimento, devido em parte ao seu estilo e métodos únicos. 

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"Hofer queria ficar debaixo da pele de uma cidade, para retratar o carácter essencial de um lugar e do seu povo", disse April Watson, Curadora Sénior, Fotografia no Nelson-Atkins Museum of Art e co-curadora da exposição.

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"Numa época em que as fotografias a preto e branco eram as marcas registadas da fotografia de vanguarda, Hofer adaptou as máquinas fotográficas pesadas de grande formato e abraçou materiais a cores", disse Greg Harris, o curador do High Museum of Art e Marilyn Keough da fotografia e co-curadora da exposição.

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Hofer acabou por causar o seu maior impacto através dos álbuns fotográficos apresentados em “Os Olhos da Cidade”, que incluem “As Pedras de Florença” e (1959), “Londres Compreendida” (1962), “Nova Iorque Proclamada” (1965), “A Evidência de Washington” (1966), e “O Retrato de Dublin” (1967). Estes álbuns de fotografias foram produzidos em colaboração com escritores notáveis como V.S. Pritchett, Mary McCarthy e William Walton, os livros combinaram paisagens e imagens arquitectónicas com retratos que transmitem o carácter único e a personalidade destas capitais urbanas durante um período de intensas transformações estruturais, sociais e económicas após o fim da Segunda Guerra Mundial. As fotografias também revelam a sensibilidade requintada de Hofer ao impacto do lugar, ambiente e situação (incluindo classe, raça, género e geração) na vida de indivíduos de todos os estratos sociais. A exposição inclui impressões de cada um dos livros da sua cidade juntamente com obras selecionadas, como “A Presença de Espanha” (1964), uma colaboração com a escritora Jan Morris, e uma publicação não realizada sobre Paris (1967), juntamente com manuscritos e documentos de arquivo.

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A exposição e o catálogo que a acompanha oferecem novas bolsas de estudo sobre a prática de Hofer, traçando o desenvolvimento inicial da sua carreira; os intercâmbios entre o seu trabalho editorial e de belas artes; o seu domínio da cor e a sua contribuição para a história do retrato fotográfico do século XX; a natureza das suas intensas colaborações com escritores; e as formas como as suas fotografias  cruzaram-se com discursos e práticas emergentes em torno do planeamento urbano do pós-guerra. Para além dos ensaios de Harris e Watson, o catálogo conta com uma contribuição da Professora Associada de Geografia Brandi Thompson Summers da Universidade de Berkeley.

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As fotografias de Evelyn Hofer tiradas nas cidades, como Nova Iorque, Washington, Londres ou Dublin nas décadas de 1960 e 70, são uma espécie de retratos subjectivos das cidades com cenas de rua e paisagens, interiores e retratos, a preto e branco e a cores. Em particular, as suas imagens coloridas subtis da vida quotidiana destas cidades, executadas no processo de transferência de tinta, são conquistas pioneiras do realismo poético-mágico na fotografia de rua, ao lado das de Saul Leiter e Helen Levitt, que moldariam as gerações subsequentes dos fotógrafos.

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As fotografias de Hofer são na sua essência clássicas, misteriosas e atraentes, representam uma homenagem à beleza e à espontaneidade, em que a fotógrafa respeitava a luz e tinha um ideal clássico, sem perder a sua essência.

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Theresa Beco de Lobo