
De Whistler a Mary Cassatt I Pintores Americanos em França
![]() A Praia de Marselha, 1901. James McNeill Whistler, (Americano, 1834 — 1903). Óleo sobre painel. Fotografia © Terra Foundation for American Art, Chicago. Créditos da imagem: © Terra Foundation for American Art, Chicago. Colecção Terra Foundation for American Art, Daniel J. Terra Collection, 1992. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() O Mar de Pourville, 1899. James McNeill Whistler, (Americano, 1834 — 1903). Óleo sobre painel. Fotografia © Terra Foundation for American Art, Chicago. Créditos da imagem: © Terra Foundation for American Art, Chicago. Colecção Terra Foundation for American Art, Daniel J. Terra Collection, 1992. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Azul e Prata, Dieppe, 1880/85. James McNeill Whistler, (Americano, 1834 — 1903). Óleo sobre painel. Colecção New Britain Museum of American Art: Harriet Russell Stanley Fund, 1948. Cortesia Denver Museum of Art. |
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![]() A Pesca das Ostras em Cancale, 1878. John Singer Sargent, (Americano, 1856 — 1925). Óleo sobre tela. Fotografia © 2020 Museum of Fine Arts, Boston. Créditos da imagem: © 2020 Museum of Fine Arts, Boston. Colecção Museum of Fine Arts, Boston: Oferta de Miss Mary Appleton. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Uma Rajada de Vento (Judith Gautier), (cerca 1883/85). John Singer Sargent, (Americano, 1856 — 1925). Óleo sobre tela. Fotografia Travis Fullerton. Créditos da imagem: © Virginia Museum of Fine Arts. Colecção Virginia Museum of Fine Arts, Richmond: James W. and Frances Gibson McGlothlin Collection. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Tempestade Atlântica, 1876. John Singer Sargent, (Americano, 1856 — 1925). Óleo sobre tela. Colecção Myron Kunin Collection of American Art, Minneapolis, MN. Cortesia Denver Museum of Art. |
![]() Outono, Retrato de Lydia Cassatt, 1880. Mary Cassatt, (Americana, 1844–1926). Óleo sobre tela. Fotografia Agence Bulloz. Créditos da imagem: RMN-Grand Palais/Art Resource, NY. Colecção Petit Palais, Musée des Beaux-Arts de la Ville de Paris. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Sara com a Mãe e o Bebé (Nº 3), 1901. Mary Cassatt, (Americana, 1844–1926). Pastel sobre papel. Colecção Tobia and Morton Mower. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() A Tocadora de Bandolim, 1868. Mary Cassatt, (Americana, 1844–1926). Óleo sobre tela. Colecção particular. Cortesia Denver Museum of Art. |
![]() Mãe e Filho, (cerca 1889). Mary Cassatt, (Americana, 1844–1926). Óleo sobre tela. Colecção Cincinnati Art Museum, Ohio: John J. Emery Fund/Bridgeman Images. Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Jovem à Janela, (cerca 1883/1884). Mary Cassatt, (Americana, 1844–1926). Óleo sobre tela. Colecção National Gallery of Art, Washington DC: Corcoran Collection. A obra foi adquirida pelo Museu com o Gallery Fund. Cortesia da Imagem National Gallery of Art, Washington. Public Domain. | ![]() Crianças num Jardim (A Enfermeira), 1878. Mary Cassatt, (Americana, 1844–1926). Óleo sobre tela. Colecção The Museum of Fine Arts, Houston. Oferta de Mr. and Mrs. Meredith J. Long, 2001. Cortesia Denver Museum of Art. |
“De Whistler a Cassatt: Pintores Americanos em França” é uma grande exposição com um novo olhar, que leva o visitante a conhecer o universo dos Pintores Americanos em França.
A inauguração da mostra em Novembro de 2021 no Denver Museum of Art, apresenta mais de 100 obras de arte de 1855 a 1913 por uma série de artistas americanos, como Cecilia Beaux, William Merritt Chase, Childe Hassam, Winslow Homer, John Singer Sargent Mary Cassatt a Henry Ossawa Tanner.
A exposição: “Whistler a Cassatt: Pintores Americanos em França, destaca um olhar exaustivo do impacto estilístico da França na pintura americana dessa época. O evento revela as influências visuais, como conceptuais da França, sobre os pintores americanos no século XIX e início do século XX, desde a formação académica dos artistas americanos em Paris até à exploração da paisagem rural. A mostra, que foi organizado pelo Denver Museum of Art teve a curadoria de Timothy Standring, curador emérito do Denver Museum of Art, está patente até 13 de Março de 2022 e viajará então para o Virginia Museum of Fine Arts, Richmond de 16 de Abril de 2022, até 31 de Julho de 2022.
"Nesta exposição, os visitantes podem observar as histórias que conduziram à mudança do século XX de artistas americanos célebres, que trabalham e treinam em França. Os seus desafios, triunfos e aprendizagens na região contribuíram para a florescência das pinturas deste período. Ao percorrer a exposição, podem-se observar as profundas ligações culturais entre a França e a América. Esta exibição do Museu de Denver proporciona ao público uma compreensão mais abrangente de um dos períodos mais complexos da história da arte americana," disse Christoph Heinrich, Director do Denver Museum of Art.
Este acontecimento está organizado tematicamente e apresenta sete secções, iniciando o seu percurso com uma galeria muito especial, que lembra o Salão de Paris, que apresentava uma mostra anual de obras de arte, onde determinava o sucesso da carreira de um artista. As Galerias seguintes destacam um vasto espectro de estilos artísticos defendidos por artistas americanos, incluindo classicismo, realismo, tonalidades e impressionismo, que foram aperfeiçoados a partir de lições dos ateliers privados de Paris, inscrições oficiais na École des Beaux- Arts e meses de Verão passados em colónias de artistas em toda a Normandia e Bretanha.
A mostra centra-se também na instrução que os pintores americanos receberam nas academias oficiais e privadas. Esta abordagem académica intensiva envolveu horas de preparação antes da realização final de uma pintura. O resultado, final foi a apresentação de uma composição visual clara baseada numa narrativa literária. Em meados do século XIX, muitas das obras aceites para o Salão centraram-se em temas domésticos populares e temas históricos, como os visitantes podem admirar ao longo deste acontecimento. Entre as obras expostas, destacam-se as seguintes pinturas, como Ressurreição de Lázaro, (1896) e O Jovem Construtor de Socas de Madeira (1895) de Henry Ossawa Tanner, um artista americano, que se formou na Académie Julian. Outras obras nesta galeria incluem as pinturas de Walter Gay, Henry Mosler e Frank Myers Boggs, os três primeiros artistas americanos cujas obras foram adquiridas pelo Estado Francês após terem sido expostas no Salão anual. Obras pintadas por Winslow Homer e Edward Hopper em França também estão na mostra.
As contribuições artísticas significativas de James Abbott McNeill Whistler, John Singer Sargent e Mary Cassatt destacam-se neste evento. Estes artistas eram conhecidos por fazerem parte da primeira vaga de americanos, que atravessaram o Oceano Atlântico para a Europa, especialmente Paris, a cidade considerada o centro do mundo da arte. Cada um contribuiu para a rica complexidade da pintura americana, que esteve em estreito diálogo com os seus contemporâneos franceses durante este período.
Uma galeria dedicada a Whistler mostra as muitas abordagens diferentes à pintura que o artista explorou ao longo da sua estadia em França, que começou com a sua participação no atelier do artista suíço Charles Gleyre. As obras nesta galeria mostram a diversidade da pintura de Whistler, incluindo telas realistas que remetem a obra do pintor francês Gustave Courbet para uma abordagem mais estética caracterizada por uma paleta restrita e um acabamento final. Esta última abordagem à sua pintura teve um impacto considerável nos artistas americanos da época, persuadindo muitos a adoptar o tonalismo como é agora chamado o estilo de Whistler. As obras de arte expostas nesta galeria incluem A Costa da Bretanha, (1861), Azul e Prata, Dieppe (1880-85), O Mar, Pourville (1899) e A Praia de Marselha (1901).
A mostra também apresenta uma gama de obras de Sargent, incluindo quatro estudos que produziu antes de pintar a sua célebre tela: A Pesca de Ostras, em Cancale (1877). Sargent nasceu em Florença, Itália, com pais americanos, passou vários anos em França, durante os quais pintou principalmente paisagens e cenas de praia reflectindo as suas viagens por todo o país. Em Paris, participou no atelier privado de Carolus- Duran e na École des Beaux-Arts onde produziu um deslumbrante desenho de um plinto de mármore para uma das suas aulas. O seu retrato de Carolus-Duran (1879) presta homenagem ao seu professor, que encorajou Sargent a trabalhar de acordo com as suas inclinações de pintura, evidentes nos seus quadros: Uma Rajada de Vento (1883-85) e Tempestade Atlântica (1876), que desafiaram a categorização estilística.
Na galeria dedicada a Cassatt, estão cerca de 20 obras, que realizou ao longo da sua carreira, desde uma das suas primeiras obras expostas no Salon de 1868, A Tocadora de Bandolim(1868), ao seu Retrato de Lydia Cassatt (1880), Jovem à Janela (1883/1884), O Bebé em Fato Azul-Escuro, Olhando por cima do Ombro da sua Mãe (1889), até três estudos diferentes em pastel de Sara com a Mãe e o Bebé (1901). Aos 21 anos, Cassatt chegou a Paris e foi rapidamente aceite no atelier do ilustre mestre Jean-Léon Gérôme, com base na força da sua arte. Ali complementou os seus estudos fazendo cópias de obras de arte no Louvre, uma vez que as mulheres da época não eram aceites na École des Beaux-Arts ou autorizadas a socializar nos cafés onde os artistas de vanguarda masculina se reuniam. No entanto, durante o seu tempo em Paris, formou uma estreita amizade com Edgar Degas, que a apoiou e desafiou artisticamente.
"De Whistler a Cassatt traz a riquíssima história do discurso criativo americano e francês, e como ela moldou o passado e o presente da pintura na América. A exposição tece uma combinação de temas filosóficos, estilísticos e económicos, que sublinham o fascínio de Paris pelos artistas americanos da época e as intersecções de influências globais que continuam a reverberar na cultura americana de hoje" disse Timothy Standring, Director Adjunto das colecções e programas no Denver Art Museum.
Os pintores americanos não se limitaram a dominar o seu ofício em Paris; muitos afluíram às colónias de artistas nas pitorescas cidades francesas como Pont- Aven, Grez-sur-Loing, Arques-la-Bataille e Giverny. Obras de arte produzidas pelos artistas americanos, como John Henry Twachtman, Theodore Robinson, Childe Hassam, Willard Leroy Metcalf, Dennis Miller Bunker, Robert Vonnoh e Guy Rose, entre outros, encheram as paredes das galerias com paisagens pitorescas e pinturas rurais de lazer. Além disso, uma secção desta galeria centra-se em obras das artistas americanas, como Elizabeth Jane Gardner, Cecilia Beaux, Lilla Cabot Perry e Elizabeth Nourse.
A exposição termina com uma galeria dedicada a artistas que expuseram em salões de Paris extremamente competitivos e se fundaram em técnicas sofisticadas e vanguardistas em França. Estes artistas trabalharam em ambos os lados do Atlântico, incluindo William Merritt Chase, J. Alden Weir, Frank Benson, Edmund C. Tarbell, Thomas W. Dewing e Robert Lewis Reid, entre outros. Ao regressarem de França, decidiram formar um grupo independente conhecido como “The Tem”. O seu estilo de pintura mais vivo e impressionista foi inicialmente desaprovado nos Estados Unidos pela sua abordagem radicalmente diferente do conceito amplamente difundido da "arte americana". O grupo expôs em conjunto, o que os ajudou a ganhar uma posição na arte nos Estados Unidos. Esta galeria também apresentou obras de arte da segunda vaga de artistas americanos com formação francesa, incluindo Robert Henri, William Glackens, Maurice Prendergast, Arthur B. Davies e Arthur Dove, conhecidos por formarem o grupo “The Eight” em 1907.
“De Whistler a Cassatt: Pintores Americanos em França” é uma viagem que nos transporta ao universo dos Pintores Americanos em França de 1855 a 1913. A mostra conduz-nos à maravilhosa história do discurso criativo americano e francês, e como ela moldou o passado e o presente da pintura na América. A exposição apresenta uma combinação de temas filosóficos, estilísticos e económicos, que destacam a atracção de Paris pelos artistas americanos da época e as intersecções de influências globais que continuam a brilhar na cultura americana de hoje.
Uma exposição a não perder.
Theresa Beco de Lobo
![]() Vista Geral da Primeira Galeria da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Vista Geral da Primeira Galeria da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Vista Geral da Primeira Galeria da Exposição: “De WhistlVista Geral da Primeira Galeria da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. er a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. |
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![]() Vista Geral da Segunda Galeria da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Vista Geral da Terceira Galeria da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Vista Geral da Galeria Dedicada à Pintora Mary Cassat da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. |
![]() Vista Geral da Galeria Dedicada ao Grupo “Tem”e ao Salon da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Vista Geral da Galeria Dedicada ao Grupo “Tem”e ao Salon da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. | ![]() Vista Geral da Galeria Dedicada ao Grupo “Tem”e ao Salon da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. |
![]() Vista Geral da Galeria Dedicada ao Grupo “Tem”e ao Salon da Exposição: “De Whistler a Cassatt Pintores Americanos em França.” Cortesia Denver Museum of Art. |