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A Magia do Natal 2020

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Este Natal ficará inscrito nas nossas memórias e na história da Humanidade, como um tempo de tristeza, ansiedade por desconhecermos o que o futuro nos reserva, mágoas pelos que sofrem e a réstia de esperança que não podemos perder. 

Pela minha parte, revejo o Natal com as emoções das memórias do passado à mesa com a minha família, a mesma que fui perdendo ao longo dos anos, precisamente porque sobre mim já passaram muitas noites da consoada. Já fui criança e vivi as alegrias e a inquietação da dúvida sobre que presentes o Menino Jesus deixaria no meu sapatinho que ficava à chaminé. Cresci, fiz-me mulher, casei e vivi muitas alegrias na noite da consoada e no almoço do dia de Natal.

Algumas memórias foram-se repetindo, outras tentei esquecê-las para evitar o meu sofrimento.

Contudo, nunca perdi o entusiasmo pelo Natal – a celebração do nascimento de Jesus!

 

Este ano de 2020, estamos, uns mais do que outros a viver uma fase angustiante porque a saúde de todos está em perigo e para quem sempre teve uma vida activa, estar em casa, confinada, como se tivesse cometido um crime e se encontrasse a cumprir uma pena, dói mesmo. Dói-me a mim e creio que a todos os que habitam o planeta Terra.

Das emoções do Natal só restam as saudades e as memórias dos momentos felizes que Deus ne permitiu viver.

Os milhares de luzes que iluminavam as ruas desapareceram, mas não é por isso que passámos a ver uma escuridão e um silêncio que nos estremece. A causa está num maldito vírus que veio da China semeando sofrimento  no mundo inteiro.

As notícias que nos chegam de todos os quadrantes são aflitivas. Nenhum cientista está em condições de prever em que data termina esta angústia que começou mais ou menos no início de 2020 alterando a vida dos ricos e dos pobres, dos bons e dos maus.

Como se explica a uma criança de pouca idade que o Menino Jesus, este ano, foi menos generoso e não permite que haja muitos brinquedos e que a árvore de Natal seja menos bonita?

Quem é a mãe que sente o perigo do seu trabalho ou dos seus familiares mais próximos, em queda, e mantém um sorriso de felicidade? Obviamente que não existe. Obviamente que este Natal vai ser muito diferente dos outros que já vivemos, mais triste, mais amargo, mais sombrio.

Já passei muitos Natais. Em Espanha, em Portugal, em Moçambique, na Guiné, em locais tão diferentes …Mas, este é o pior Natal que vivi até à actualidade. Que Deus me dê paciência!

 

Com efeito, para os católicos esta é a quadra mais festiva do ano e assumo que sou uma católica convicta. Por isso, contadas as folhas do calendário que tenho na minha secretária senti o mesmo baque os outros anos, mas desta vez com uma dúvida angustiante: como se vive o Natal? Sempre me habituei a assistir ao vaivém das compras e das viagens daqueles que por residirem longe da casa paterna encurtam as distâncias para o reencontro com a família…

Será que o Natal sempre se comemorou da forma a que estávamos habituados?

Claro, que não!

Segundo os eruditos, o Natal começou a celebrar-se a 25 de Dezembro de cada ano e apenas no séc. IV, por decisão do Papa Júlio I, após procurar conhecer  o dia exacto do nascimento de Jesus, a data que indicava o Solstício do Inverno, já festejado pelos romanos (saturnais) e pelos povos nórdicos.

Quanto a Portugal, as referências mais antigas que conhecemos datam do séc. XV e XVI e fazem alusões aos trajes e aos manjares. A estes últimos, António Ribeiro Chiado, na sua peça  “A Prática dos Compadres” (séc. XVI), diz através da personagem comadre Lianor Vaz, o seguinte: “a festa já não é nada./sem candeias, verdes, junquete,/ coscorões, cidra, fartete, e / pinhões, figos, girgilada/ … e outras coisas que calo/ e vir da missa do galo/ e almoçar linguiça.

Cabe a propósito salientar que o junquete era um tronco de oliveira que se queimava e se guardava de um ano para o outro. Este tronco tinha a sua  simbologia bíblica ligada à imagem do Jardim das Oliveiras. 

Este texto está especialmente relacionado com o que se veste na ceia do Natal  e é importante salientar que mesmo os mais pobres procuravam ir à Missa do Galo com a melhor roupagem possível. Depois, tudo foi evoluindo noutro sentido e o luxo no trajar passou a ser usada nas ceias entre familiares e amigos. 

Acreditamos que esta COVID 19 veio trazer grandes mudanças em tudo. Até no vestuário… Quem diria!

Não nos parece muito previsível que os jantares do dia 25 de Dezembro mantenham os esplendores dos tempos mais recentes.

Quando eu era uma jovem estudante lembro-me de ver alentejanos espalhados pela cidade de Lisboa, a venderem perus, mas essa infeliz ave já não consta nas ementas, pois passaram a uma categoria de inferioridade.

Haja Deus que ainda restam os frutos secos e segundo nos consta a “girgilada”

(doce feito com a semente do gergelim, um contributo da doçaria indiana) que procurando pelos restaurantes indianos ligados a Goa, como por exemplo, um que se encontra perto da Rua de Pedrouços, talvez ainda se encontrem.

Neste tempo de festa do mundo cristão, na hora de reinventar tréguas e renovar o sentimento de esperança na cura do COVID 19, assim como de todas as doenças que afligem o mundo, aqui vos deixamos algumas sugestões para manter a chama acesa do espírito de festa que faz estremecer os nossos corações.

Nestas páginas que têm o desejo muito sincero de um mundo melhor para todos, aqui vos deixamos a nossa selecção de alguns modelos que façam lembrar que esta é a data do nascimento de Jesus. “Gloria in Excelsis Deo”.

 

A moda que apresentamos, com laivos de vermelhos, brilhos e garridice foi escolhida com o pretexto de oferecer o espírito de festa a quem, porque Deus assim quis, pode festejar o nascimento de Jesus segundo os costumes ancestrais.

 

Marionela Gusmão

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